O Bloco de Esquerda apresenta na Assembleia da República um Projeto de Resolução que recomenda ao Governo que recuse o Plano para a constituição da Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga garantindo alternativas que sustentem mais proximidade e investimento nos serviços de saúde.
O projeto de resolução coloca em causa a solução proposta, de criação de uma ULS Entre Douro e Vouga, que inclui também o Hospital Dr. Franciso Zagalo, em Ovar. A estrutura pensada para 300 mil pessoas tem recebido críticas por não valorizar o suficiente o Hospital de Ovar.
Através de despacho assinado pelo Secretário de Estado da Saúde, em 29 de agosto de 2016, foi constituído um grupo de trabalho com vista à elaboração de um estudo demonstrativo do interesse e da viabilidade da constituição da Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga (ULSEDV).
Esta Unidade Local de Saúde integraria numa única unidade gestionária, o atual Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV, constituído pelos hospitais de Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis), o Hospital Dr. Francisco Zagalo (localizado em Ovar), o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Feira/Arouca, o ACES Aveiro Norte e o Centro de Saúde de Ovar.
Seria uma unidade com quatro hospitais e dezenas de unidades funcionais de Cuidados de Saúde Primários, abrangeria 6 concelhos do Norte do distrito de Aveiro e teria uma área de influência com mais de 325.000 habitantes. O BE vê mais uma vez a gestão orientada para a “concentração de recursos”, “otimização” e “redução” de custos.
No entendimento do Bloco de Esquerda, esse estudo intitulado “Plano de Negócios”, “não responde às necessidades de saúde da região e opta, erradamente, por um caminho de concentração gestionária com o objetivo de racionalização de meios e de melhoria, por este meio, dos indicadores económico-financeiros”.
Defende que depois dos cortes na saúde com agravamento do subfinanciamento, a falta de profissionais e a obsolescência de equipamentos, a resposta que é necessária é a de “maior financiamento”, “maior investimento” e “contratação eficaz e decidida dos profissionais em falta”.
“A proposta do grupo de trabalho para a constituição da ULSEDV assenta mais em critérios de gestão financeira e de otimização de recursos do que em critérios de melhoria real do acesso e qualidade de saúde prestados aos utentes dos concelhos de Ovar, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Arouca e Vale de Cambra. Por isso, este projeto deve ser rejeitado pelo Ministério da Saúde”, resume o BE que defende uma política com mais investimento na oferta de especialidades em Ovar.
Recorde-se que depois de protestos da Câmara de Ovar por não sentir a valorização da saúde, em Ovar, o Ministério da Saúde deu mais tempo para novos estudos e novas propostas de estruturação antes de fechar o Plano de Negócios.