O Partido Socialista volta a falar do Rossio para dizer que o processo se tem vindo a afundar.
Depois das polémicas iniciais em que o principal partido da oposição criticou a falta de debate político, agora surge também uma leitura sobre o relançamento do concurso público e a derrapagem nos custos.
“Ao obscurantismo democrático, que taticamente levou a não colocar o assunto em programa eleitoral, adiciona-se um déficit de transparência nas vicissitudes de um processo cada vez mais rebuscado, estranho,… a afundar-se!” declara a concelhia socialista.
Manuel Sousa defende que é fundamental “clarificar” os custos desta operação para os aveirenses, quer ao nível dos impactos imediatos, quer no caderno de encargos e planos de negócios.
Aponta o dedo ao autarca, Ribau Esteves, de não ter “ideia estratégica” para desenvolver o Município e assentar a atividade municipal em “propaganda”, "obras", “migalhas” aos necessitados e “proveitos eleitorais”.
No caso do Rossio, o PS diz que é “péssima ideia” e, agora, “péssimo processo”.
“O Presidente da Câmara escondeu o assunto do programa eleitoral, não o sufragou, mas enterrou-se naquele buraco. Agora, para salvar a face, por teimosia pessoal ou outro interesse qualquer, quer enterrar-se a ele e a Aveiro agravando, ainda mais, e com milhões de euros, o que em 2017 afirmava não usar um cêntimo do dinheiro dos aveirenses”.
Nas contas feitas pelo PS, esta operação pode custar 7 milhões de euros aos cofres do município e beneficia o concessionário do estacionamento.
“Estes números, completados com a análise da estrutura previsional de receitas e despesas da exploração, permitem constatar a ocorrência de um elevadíssimo retorno financeiro do potencial concessionário, e o significativo desembolso da CMA na operação, não justificável face a oferta similar disponível e aos reduzidos lugares de estacionamento a criar. Esta operação evidencia uma realidade que tristemente nos tem acontecido vezes de mais nos últimos anos, tanto nacional com o localmente. Investimento público e lucro privado”.
Em posição divulgada esta quarta, a concelhia do PS defendeu o Rossio como “património ambiental” que deve continuar como “jardim verde urbano, aprazível, convidativo para estar e usufruir, para quem vive e para quem visita”.