Aveiro avança para a “conceção, construção e concessão do complexo crematório e casas mortuárias de Aveiro” mas o tema não é consensual pela localização.
O Executivo Municipal deliberou autorizar a abertura do concurso público para a conceção, construção e concessão do primeiro complexo crematório e casas mortuárias de Aveiro, para um período de 30 anos.
A cremação tem vindo a ganhar peso crescente na opção das famílias mas as agências funerárias da região estão obrigadas a recorrer aos equipamentos de São João da Madeira, Figueira da Foz e Porto.
A Câmara de Aveiro adquiriu, em julho, três imóveis na Rua Aires Barbosa, junto ao Cemitério Sul de Aveiro, com a área total de 1.494,90m2, pelo valor de 552.000€ para poder construir o equipamento mas o PS já veio a público considerar esta obra no centro da cidade um erro.
“Um crematório no centro da cidade não lembra a ninguém que goste de Aveiro e tenha ideias claras para a cidade e para o Município. Nada de novo, de resto. Temos um tecnocrata, gestor de fundos e de ideias estapafúrdias a gastar todos os cartuxos no último ano do mandato para ser candidato nas próximas eleições”.
O PS afirma que um crematório no centro da cidade é “apenas mais um episódio infeliz”.
“Não há questões técnicas que possam ser aqui equacionadas; essas estarão sempre resolvidas por quem tem conhecimento para o fazer. O que está em causa, antes de tudo, é uma decisão desprovida de sensibilidade humana. O respeito pelos vivos, que habitam junto ao cemitério; pelos familiares e memória dos que partem e por Aveiro. Exige-se cuidada reflexão conjunto, para dar dignidade à memória dos que partem e optem pela cremação”.
Os socialistas abstiveram-se na votação e culpam a maioria por colocar vários temas no mesmo procedimento.
“A opção de colocar no mesmo projeto, e deliberação, os dois equipamentos (casas mortuárias e crematório) no mesmo investimento-empreendimento que deveriam ser concebidos em separado”.
Questionam a localização associada a um cemitério e ainda a opção pelo modelo de concessão.
“Fazer deste equipamento mais um em concessão para entrar no mercado concorrencial não parece ser um benefício para ninguém recorra ao serviço, razão pela qual poderia ser um equipamento municipal sob gestão camarária, que poderia controlar os custos a imputar aos utilizadores”.