Aveiro: Corrida autárquica em Aveiro lança confronto entre o "betão" e a "ilusão".

Alberto Souto Miranda diz que ao fim de 12 anos de mandatos de Ribau Esteves em Aveiro vai ficar uma marca pintada da cor do betão.

O antigo autarca, que regressa às campanhas em 2025, encontra na recuperação financeira e no investimento no ferry elétrico marcas com as quais se identifica mas diz que muito do que fica feito deixa marca negativa no Município.

Entrevistas recentes, na Terra Nova, deixaram vincadas as diferenças que a campanha eleitoral promete evidenciar.

Do lado socialista, a crítica dirigida à falta de estratégias setoriais e a aposta no betão em prejuízo das políticas de mobilidade, habitação e intervenção social.

Souto lembra marcas fortes de projetos polémicos no Rossio e na Avenida (com áudio)

Já Ribau Esteves considera que Souto tem um historial que não recomenda o regresso à liderança da autarquia.

Em cada momento lembra a "herança" socialista e faz a ligação à bancarrota.

O autarca de Aveiro diz que as cartas de crédito são diferentes.

Lembra que recuperou uma autarquia nas ruas da amargura em termos financeiros e organizacionais.

Diz que Souto nunca deixou de estar na política ativa e remata a preparação para as autárquicas de 2025 com um livro de propostas que, segundo Ribau, é o espelho desse irrealismo (com áudio)

Num reencontro que não será direto, nas urnas, os dois homens que têm liderado a política aveirense nas três últimas décadas continuam afastados e críticos da ação do adversário político.

Os primeiros sinais apontam para uma “batalha eleitoral” inflamada pelas declarações trocadas nas últimas semanas e, em particular, nos últimos dias.

A concelhia do PSD que há poucos dias acusou Alberto Souto de mentir ao dizer que “era preciso desencalhar Aveiro do marasmo”, reagiu mal à resposta do antigo autarca que acusa o dirigente da concelhia do PSD de estar a funcionar como voz de Ribau Esteves.

Um sucessão de comunicações em que ambos consideram estar a ser vítimas de insulto.

Souto pede campanha eleitoral com “elevação cívica”.

“O Dr. Simão Santana não me conhece, andava de calções quando eu fui Presidente da Câmara de Aveiro e devia ter mais respeito. Não conhece o meu carácter e a minha postura de verdade e integridade. Ainda é muito jovem. Ainda está a tempo de não se transformar num ventríloquo sem ética, a mando de terceiros sem escrúpulos. Quer ser alguém respeitado ou quer ser capacho de alguém? Não me julgue, então, por critérios que terceiros mal formados lhe inculcam, abusando da sua ignorância. A política pode ser agressiva e viva, sem ter de ser injuriosa. Não, não uso a mentira. Não use então o insulto. Será capaz?”, desafiou em texto publicado nas redes sociais.

Simão Santana sentiu-se visado e respondeu pelos mesmos meios com recurso à rede social facebook.

Diz que não confunde a luta política com juízos de valor sobre os atores políticos e colou Souto às “elites” deixando claro que “em Democracia, a voz do Povo é sempre mais importante e decisiva, do que a das Elites”.

“Dr. Alberto Souto, já que valoriza o debate elevado, podia começar por se retratar das insinuações que fez sobre a minha pessoa, aludindo a “cães que uivam” e a imagens de canídeos em publicações de resposta a comunicados assinados por mim. Tais atitudes não honram as diversas posições públicas que ocupou, especialmente a de Presidente da CM Aveiro e de Secretário de Estado do Governo de Portugal. Agradeço o elogio à minha juventude, sinónimo de futuro, de energia e de vitalidade. Poderia fazer considerações sobre a idade do Dr. Alberto Souto e a sua própria memória, mas por respeito pessoal e elevação política, de que não abdico, não o farei”.