As eleições para a distrital do Chega estão sujeitas a contestação nos órgãos internos do Partido e a polémica instalou-se com o pedido de impugnação tendo por base os boletins de voto e alegação de que o Partido não deveria permitir o exercício de cargos representativos por militantes a braços com condenações na justiça.
Os focos estão apontados ao presidente eleito da distrital, Pedro Alves, que não se sente diminuído nos direitos por ter uma condenação por violência doméstica.
Enquanto os críticos dizem que é impensável ter um militante condenado, na liderança, a nova direção distrital segue em funções, na estrada, no apoio aos candidatos pelo Distrito de Aveiro.
O órgão de jurisdição tem 180 dias para se pronunciar sobre as alegadas irregularidades no ato eleitoral que levaram à vitória de Pedro Alves.
Existem alegações sobre os boletins de voto e sobre militantes de fora do distrito que teriam votado no ato eleitoral de Dezembro (na foto).
Os adversários dizem que um partido que não se consegue governar a si próprio não pode ter ambições a governar o país.
Fontes do Chega admitem que a condenação judicial não é inibidora de assumir a candidatura ou cargos mas refere que procura inverter esse caminho quando faz aprovar uma moção que defende a revisão de regulamento interno para acabar com esse tipo de ocorrências.
Ouvem-se críticas à forma como o Partido tem encaminhado a sua vida no distrito de Aveiro.
Acusações de nepotismo e de promoção de candidatos tendo por base relações familiares.
Pedro Alves, que acompanha a caravana do Chega em Aveiro, esta segunda-feira, conhece o teor das acusações e diz que não fala sobre a vida privada.
“Se fosse a falar teria que falar da vida dos outros”, responde o presidente eleito da distrital que diz estar a ser vítima de ataques no seio do Chega.
Cândido Oliveira, um dos três candidatos às eleições na distrital, tem contestado a posição dos novos órgãos distritais e lamenta que dos 6 Deputados Municipais eleitos pelo Chega no distrito não exista um na lista de candidatos à Assembleia da República.
Uma guerra que está, agora, nas esferas de jurisdição e que Cândido Oliveira espera ver concluída com o pedido de demissão de Pedro Alves.
As eleições decorreram a 10 de Dezembro e a Lista A impugnou o ato eleitoral por considerar “haver indícios de três irregularidades”.