Pela primeira vez, no debate político sobre São Jacinto, são feitas referências a um quadro que poderá motivar denúncias por gestão danosa.
Cada vez mais isolado e sem o apoio do Partido Socialista, pelo qual foi eleito, na questão da rescisão unilateral do protocolo de delegação de competências de gestão do Parque de Campismo de São Jacinto da Câmara, o presidente da Junta de São Jacinto poderá vir a enfrentar denúncias sobre a forma como está a gerir a Junta.
A Assembleia Municipal de Aveiro aprovou, por larga maioria, a reversão da cedência da gestão do parque de campismo da freguesia que regressa à esfera municipal, desocupado, a partir do dia 1 de Novembro.
O autarca de freguesia é acusado de não apresentar contabilidade, de não explicar para onde foram as receitas e de deixar acumular dívidas.
António Aguiar foi o único a votar contra por entender que não poderia aceitar a desocupação do parque de campismo em três meses.
Sobre a gestão e as contas não conseguiu apresentar qualquer explicação (com áudio)
Rescisão aprovada com um voto contra, duas 2 abstenções do BE e restantes votos favoráveis.
O Partido Socialista aceita a decisão da maioria e questionou Ribau Esteves sobre o arrastamento do problema.
A principal bancada da oposição diz que perante os indícios talvez este caso tivesse merecido uma ação atempada.
Pires da Rosa recordou que há um ano surgiram as penhoras e a clivagem entre as autarquias.
Questionou o autarca sobre o arrastamento desta questão (com áudio)
Ribau Esteves admite que a questão política era sensível antes de eleições e acabou por provocar debates acesos devido à retirada de competências à Junta de Freguesia.
Admitiu que talvez pudesse ter atuado mais cedo.
O autarca diz que a questão hoje não é política e que esse tempo acabou.
Tudo vai passar para a esfera das inspeções e, caso haja matéria, dos processos.
Na leitura de Ribau Esteves há indícios fortes de gestão danosa (com áudio)
O autarca diz que as surpresas sucedem-se e esta semana com mais uma penhora, de 30 mil euros, por dívida a uma entidade a quem a Junta pediu dinheiro para pagar dívidas.
Ribau fala em "loucura de fazer contratos de factoring sem honrar os compromissos".
A CDU, pela voz de António Nabais, que integra a solução que viabilizou a tomada de posse da Junta, admite o “ponto de rotura” e pediu que “sejam acautelados os interesses dos trabalhadores” no parque de campismo.
Manuel Prior (PSD) fala em situação que envergonha Aveiro nos anos da democracia, Jorge Greno (PP) entende como “mistério” o destino das receitas do parque de campismo, Gabriel Bernardo (Chega) fala em “óbvia incapacidade” da Junta para gerir o parque, Pedro Rodrigues (PAN) lamentou a degradação da situação e o representante do BE destaca a falta de capacidade para um entendimento entre as autarquias.