Alberto Souto Miranda responde às acusações de Ribau Esteves sobre gestão de interesses imobiliários e diz que o autarca terá de responder perante a justiça por difamação.

O candidato socialista que foi acusado pelo autarca de Aveiro por “insinuações e pressões” entende que Ribau cometeu várias infrações desde a utilização de informação privilegiada até às acusações sobre pressões junto de funcionários e autarcas.

Souto lamenta que Ribau use o cargo para “veicular um rol de mentiras”, com ofensa ao bom nome.

Alega que a sua posição e dúvidas sobre os planos para os antigos terrenos da Vitasal são legítimas e colocadas de forma direta.

Souto questionou a construção e cedência pelo empreendedor de um imóvel destinado a museu de arte contemporânea.

“Como se percebe bem, fiquei surpreendido com aquele valor e afirmei que as contas não deviam estar bem explicadas. Não estavam. A esta crítica normalíssima e educada, o Sr. Presidente, em vez de mostrar as contas e explicar porque é que a Câmara vai receber um imóvel de 10 Milhões de euros, ou em vez de reconhecer que foi mais uma das suas frases inconsistentes, preferiu tentar denegrir-me. Em vez de ser transparente, como apregoa, optou por manter a opacidade”.

Na reação Ribau Esteves, em nome da autarquia, criticou essa tomada de posição e acusou Souto de defender interesses imobiliários, de tentar não cumprir regras e fazer pressão a Funcionários da CMA.

Na resposta, defende que não pisou qualquer linha de ilegalidade, deixando claro que são acusações falsas.

E revela que se alguém tem abusado do poder é o autarca em funções.

“Em primeiro lugar, sempre cumpri todas as regras e nunca solicitei que alguma fosse infringida. Em segundo, o processo entrou pelos canais digitais competentes (os SMS´s ao Presidente têm uma razão: ele tinha avocado o processo e proibiu os funcionários da CMA de me receberem; fez, além disso, veto de gaveta durante um ano e discriminou-me objectivamente). Em terceiro lugar, quanto a pressões ilegítimas sobre os funcionários eles serão as minhas testemunhas”.

Souto avança com queixa no Ministério Público e diz ter as comunicações todas guardadas e o processo de obras todo documentado.

“Ambos mostram quem diz a verdade e quem mente”.

A gota de água é a acusação dirigida a Souto de andar por “caminhos obscuros”.

“Como, infelizmente, é useiro e vezeiro em afirmações difamatórias e já tem cadastro criminal por isso, o Senhor Eng. Ribau Esteves irá explicar ao Ministério Público o que se recusa a explicar e responder por difamação agravada, porque é reincidente”.

O facto de existir uma referência à luta de “Soutos”, Alberto diz que até aí o autarca demonstrou desnorte.

“Não sendo candidato, não perdoa a humilhação a que foi sujeito na respectiva escolha e ataca igualmente o meu irmão, a despropósito, só porque sim. È uma pena que não saiba terminar o mandato com um pouco de dignidade”.