"Esta geringonça funciona muito pior que a outra”. A frase arrancou gargalhadas e aplausos de cerca de seis dezenas de pessoas que marcaram presença na reunião da Câmara de Aveiro em sinal de protesto pela operação concessionada de transportes que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro.
O encontro começou bem cedo, depois das 15h30, com os cidadãos atentos à reunião e ansiosos por falarem enquanto os vereadores discutiam, no primeiro ponto da ordem de trabalhos, precisamente a concessão de transportes.
Desse momento inicial, de ansiedade e tensão, até às intervenções passaram cerca de duas horas. E depois surgiram as queixas numa sequência de discursos, todos no mesmo sentido: "Há muito a mudar".
Sobrelotação, frequência que não responde aos trabalhadores por turnos e aos alunos, falta de resposta na avenida 25 de Abril, linhas 4 e 5 com acesso ao centro de saúde a partir do ISCA (afastado do local), falta de oferta junto às secundárias e autocarros que circulam lotados em Salgueiro e Nariz foram das queixas mais ouvidas.
As queixas repetiram-se nas Quintãs, Verdemilho e na zona do Botafogo e abordaram as dificuldades de acesso a escolas com atrasos nas chegadas aos estabelecimentos.
Na reunião marcaram presença cidadãos servidos pelas Linhas 1 e 2, com queixas sobre a lotação no “Olho de Água”, limitações em Mataduços e denúncia de pessoas que foram a pé para Esgueira para conseguir chegar ao centro urbano.
De Cacia chovem críticas aos horários com autocarros vazios, em horário madrugador, e sobrelotação ao início da manhã. “Viajamos em condições dramáticas. Nem animais se transportam assim. Senti-me mal com claustrofobia”, referia uma residente de Aradas (com áudio).
As ligações entre Carregal e Requeixo, no acesso à escola, é reconhecido como um dos principais problemas tendo a autarquia assumido que está a tentar a correção por se tratar de alunos do 1º Ciclo.
Ouviram-se inúmeros apelos ao regresso aos horários do passado e reforço das ligações à zona industrial de Taboeira em horários laborais.
Ribau Esteves assume que era "impossível" iniciar este tipo de operação sem impactos mas mantém que com tempo será possível melhorar o serviço. “Tomámos nota das vossas queixas e em quase todos os casos temos já noção dessa realidade”, explicou o autarca salientando que há mudanças que exigem mais tempo.
Os ajustamento de horários são para implementar de forma mais célere e a análise ao funcionamento das linhas obriga a outro tipo de ponderação sempre que tal implicar mais autocarros e mais motoristas.