O Bloco de Esquerda apontou o dedo a PSD, CDS e PS na crise da habitação.
A candidatura autárquica realizou hoje uma ação simbólica no Cais da Fonte Nova para denunciar o que diz ser “semelhanças” entre as políticas dos partidos de poder.
No local, foram exibidas moedas com os rostos dos candidatos de AD e PS, verso e reverso, sob o mote “As duas faces da mesma moeda, a moeda soutomiranda”, simbolizando que “ambos representam o mesmo modelo político e económico: a entrega de terrenos públicos à especulação imobiliária”.
“Hoje escolhemos fazer uma iniciativa no Cais da Fonte Nova porque este espaço simboliza tudo o que foi feito de errado na política de habitação em Aveiro e como esse modelo é partilhado pelo PSD/CDS e pelo PS”, afirmou João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Aveiro.
O candidato recordou que “durante os anos de Alberto Souto, foi criado um Plano de Pormenor para este espaço da cidade, pensado para preparar o terreno para a especulação imobiliária”.
“Aqui existia um terreno ermo e um canal sem vida, e o sonho do PS e PSD/CDS foi torná-lo o lugar mais emblemático da cidade mas ao serviço da especulação imobiliária. Na elaboração desse plano não foi prevista qualquer solução de habitação pública ou a custos controlados".
O candidato do BE critica a valorização do território sem regulação.
"Ou seja, tivemos requalificação do espaço público, em terrenos camarários, sem qualquer regulação do edificado. O resultado foi inevitável: uma hipervalorização imobiliária que arrastou consigo o preço da habitação em todo o concelho.”
Para João Moniz, a atual maioria de direita agravou esse modelo.
“Durante os anos de Ribau Esteves, o que restava destes terrenos públicos foi vendido a preço de saldo, sempre com o apoio do PS. Hoje, o Cais da Fonte Nova é o postal ilustrado de uma cidade que empurrou os seus habitantes para fora”.
Moniz diz que são faces da mesma moeda.
“Nas últimas décadas, PSD/CDS e PS alternaram no poder, mas partilharam a mesma visão do desenvolvimento: entregaram o território à especulação, transformaram a habitação num ativo financeiro e deixaram que o mercado ditasse o rumo do município”.