O administrador da REFER e da Estradas de Portugal considera que a sua primeira viagem ao “país real” tem na passagem pelo Porto de Aveiro uma marca forte por se tratar de um espaço que articula transporte marítimo, ferroviário e rodoviário. António Ramalho assumiu que se tratou de uma opção pensada.
“São as prioridades estratégicas que se apresentam para o país com foco nas mercadorias, na exportação e na eficiência do transporte. O Porto de Aveiro enquadra-se numa política Europeia clara, com o corredor Atlântico, enquadra-se na preocupação com o desempenho das mercadorias quer por mar quer por terra. Queremos incrementar a capacidade de exportar por terra. E é uma das plataformas multimodais mais evidentes que temos em Portugal onde o marítimo, com o rodoviário e com o ferroviário nos permite uma acessibilidade que queremos o mais inteligente possível no futuro”.
Questionado sobre a iniciativa de eletrificar a linha poucos anos depois da inauguração quando o projeto inicial não incluiu esse serviço, António Ramalho evitou tecer comentários sobre a obra aberta à exploração em Março de 2010. Cinco anos depois o ramal sofre obras de modernização.
“Para mim os grandes projetos são os futuros. Não é uma preocupação avaliar se deveria ter sido feito assim ou não. Agora é outra obra, um investimento adicional. Há um conceito progressivo de eletrificação na rede. Há uns anos não era assim. A pergunta pode ser interessante do ponto de vista de história do investimento publico mas não é neste momento. Estamos é concentrados em terminar a obra em tempo útil”.
Com o Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas em desenvolvimento, António Ramalho colocou a eletrificação da via entre o porto de Aveiro e Cacia como fundamental para garantir melhores condições aos clientes. E admitiu que a ligação ferroviária Aveiro-Vilar Formoso é para concretizar no âmbito do quadro de fundos comunitários até 2020.
“Assegurar que os grandes centros ficam ligados entre si. Temos que ser criativos na forma como abordamos o assunto e onde o retorno obtido nos leve a concluir qual o melhor modelo. Estamos a fazer estudos. Há zonas da Linha da Beira Alta que serão aproveitáveis mas outras que terão de ser alteradas mas o conceito será sempre Aveiro-Vilar Formoso. Quanto a prazos há um trabalho de longo prazo que esperamos realizar até 2020”.
José Luís Cacho sublinhou os níveis de crescimento e o empenhamento na criação de condições para manter essa aposta. Lembra que o Porto de Aveiro tem condições únicas. “Estamos perante uma das melhores plataformas intermodais do país onde operam todos os modos de transportes. É uma excelente plataforma”.
A ligação ferroviária a Cacia serviu em 2014, um total de 2550 comboios com 777 mil toneladas de carga.