A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente pede a revisão da legislação e o reforço da produção de eucalipto para garantir matéria prima às unidades industriais do setor.
E avisa que há riscos de bloqueio.
A paragem, inédita, da fábrica de pasta de Aveiro de The Navigator Company, nos últimos dias, e que deverá retomar hoje a produção deixou o sinal de alerta.
Nem mesmo a importação de madeira está a conseguir resolver o problema.
O grupo explica que o desequilíbrio entre o preço de venda da celulose no mercado "spot" e o custo da importação de madeira de origens mais marginais torna economicamente desaconselhável a operação contínua.
A paragem temporária devido à redução da disponibilidade de matéria-prima em Portugal afeta um dos maiores exportadores nacionais.
A escassez de madeira nacional e o aumento da importação leva a ANEFA a defender a valorização da produção nacional.
A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente comenta a interrupção de atividade numa unidade industrial da The Navigator Company, motivada, segundo a empresa, pela escassez de madeira no mercado nacional e pelo elevado custo da sua importação.
A ANEFA fala em “necessidade urgente de reforçar a produção nacional de madeira através de uma política que valorize de forma justa a matéria-prima florestal produzida em Portugal”.
Adverte que a situação atual “não resulta da falta de potencial produtivo da floresta portuguesa, mas sim de um modelo que, ao longo de anos, tem condicionado a gestão ativa e a viabilidade económica dos produtores florestais”.
Fala sobre fatores como a manutenção de preços pagos à produção sem atualização proporcional dos custos de produção tendo como consequência o “abandono de grandes áreas produtivas”; a redução da produtividade florestal; o aumento do risco de incêndio e a degradação do território.
“É tempo de recentrar o debate da sustentabilidade da fileira florestal, integrando não apenas os objetivos industriais e ambientais, mas também a viabilidade económica dos produtores, cuja permanência ativa é condição essencial para o equilíbrio da floresta e do território”, conclui a ANEFA.