Microeletrónica quer currículos mais atrativos para motivar alunos do ensino básico e secundário.

O setor da microeletrónica defende uma aposta na formação de professores e reforço da aposta na ligação às empresas para atrair alunos a esta área do conhecimento.

Duas ideias centrais no esforço que será desenvolvido para atrair mais jovens à agenda da microeletrónica em Portugal.

O tema esteve em foco na conferência realizada em janeiro no Parque de Ciência e Tecnologia da região de Aveiro.

“Promoção da Eletrotecnia no Ensino – o futuro começa hoje” é uma iniciativa integrada nas atividades da Agenda Microeletrónica, cofinanciada pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que contou com o apoio da Universidade de Aveiro e Inova-Ria.

A conferência reuniu empresários do setor da Microeletrónica e professores de instituições de ensino de diferentes níveis para debateram ações que motivem os jovens do ensino básico e secundário a seguirem o estudo da Eletrotecnia e Engenharia Eletrotécnica.

O setor regista o decréscimo de candidatos aos cursos de Engenharia Eletrotécnica e os jovens preferem enveredar pelo estudo da Engenharia Informática, Aeroespacial ou Biomédica.

Para alterar este quadro pede-se investimento na comunicação relembrando que os profissionais qualificados em tecnologias estão na base do desenvolvimento da Inteligência Artificial, Robótica e Mobilidade Inteligente, entre outras.

Um dos motivos identificados na conferência para o número decrescente de estudantes a optar pela formação em Eletrotecnia e Engenharia Eletrotécnica é o desconhecimento geral do que realmente é a Eletrotecnia e para que serve.

As noções básicas de eletricidade são abordadas na disciplina de físico-química do 9º ano, onde se demonstra o funcionamento de circuitos elétricos simples, o que não é suficientemente esclarecedor da relevância da Eletrotecnia na sociedade tecnológica em que vivemos hoje.

Assim, muitos estudantes que terminam o 9º ano acabam por não se sentir motivados a escolher a formação específica em Física e Química no 10º e 11º ano, que lhes daria acesso ao curso de Engenharia Eletrotécnica, ou a optarem pela formação profissional em cursos técnicos de Eletrotecnia e Eletrónica.

Para colmatar esta lacuna, as universidades propõem reforçar os conhecimentos dos professores de físicoquímica nestas temáticas através de Microcredenciais, cursos que atribuem créditos para a evolução na carreira.

No painel de debate e palestras com empresários do setor, onde estiveram presentes diretores da Synopsys, Altice Labs, Amkor Technologies, Bosch, Efacec, HFA e Neadvance, ficou claro que “é preciso reforçar os laços de colaboração entre escolas, universidades, governo e empresas para ajustar a oferta educativa às necessidades do mercado de trabalho e promover mais visitas de estudo, dias abertos e estágios de verão nas empresas, que despertam a curiosidade e motivação dos estudantes para a Electrotecnia”.

A conferência esteve integrada nas atividades da Agenda Microeletrónica, cofinanciada pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que contou como apoio da Universidade de Aveiro e Inova-Ria.