A Associação Industrial do Distrito de Aveiro diz que o pacote de medidas apresentado pelo Governo está na versão soft mas não vai chegar para as necessidades das empresas.
Fernando Paiva Castro já assumiu participação nas sugestões mas entende que a primeira versão é de curto alcance num quadro que vai gerir incerteza para muitas empresas (com áudio).
“As medidas do Governo foram feitas com a nossa participação depois de conhecer a necessidade das empresas. O Governo começou com uma proposta soft que tem vindo a ampliar e que, infelizmente, vai ter que ampliar ainda mais. As nossas reivindicações assentam no pagamento atempado do Estado aos clientes e das candidaturas a fundos. Algumas desde 2017. Há centenas de milhares de euros por fechar. O Estado refugia-se na incapacidade de resposta. Então pergunta-se como vai reagir nessa aflição? É necessário reduzir burocracia”.
O dirigente empresarial fala também da importância de agilizar procedimento para ganhar tempo de resposta.
“Estamos nisto há 15 dias e passar tempo à espera da operacionalização. Só lá para a segunda quinzena de abril teremos dinheiro a chegar às empresas. O final de Março vai trazer amêndoas amargas”.
Uma nota crítica é dirigida à política de acesso ao crédito como se tudo se resolvesse dessa forma na relação entre empresas e banca (com áudio).
“O Estado não se endivida mas as empresas que se endividem. Como é que a banca concede mais crédito ainda que garantido pelo Estado? Esta paralisação mundial vai passar por um longo período de assentamento e estágio até ser restabelecida. Não são seis meses de moratórias que resolvem a situação”.
O distrito de Aveiro, um dos mais industrializados do país, segue um trajeto de prevenção e de resiliência mas é indisfarçável que já sente os efeitos da crise de saúde pública à escala mundial (com áudio).
“A AIDA começou a atuar em vários planos com as medidas de contingência à cabeça para pessoal e instalações. Depois reformulamos o funcionamento dos serviços para poder usar o teletrabalho. Depois com as empresas para saber como estavam a funcionar. As respostas variam. Há empresas que começaram gradualmente a fechar. Somos dependentes do exterior no fornecimento. Com a falta de matéria-prima e retração do mercado e falha no consumo as encomendas começaram a ser canceladas. E depois começaram os casos de infeção. Os casos mais graves em Ovar. O setor automóvel fechou na europa e as empresa daqui também começaram a encerrar”.