A Comissão Europeia aprovou a inclusão da linha ferroviária galega entre A Corunha e Palencia no Corredor Atlântico que liga o porto de Aveiro a França, medida que aumentará a competitividade daquela região espanhola, anunciou hoje o Eixo Atlântico.
"A importância desta decisão reside não só na competitividade dos portos galegos, que podem fazer chegar as suas mercadorias a toda a Europa em tempos competitivos, mas também no impulso económico que levará ao interior da Galiza, região com grandes problemas demográficos pela falta de investimentos e do movimento económico", refere em comunicado o organismo que congrega 38 municípios portugueses e galegos.
Segundo o Eixo Atlântico, a inclusão da ligação ferroviária entre A Corunha a Palencia, passando por Vigo, no troço do Corredor Atlântico que liga o porto português de Aveiro e França, deverá ser ratificada no "prazo máximo de um ano", prevendo que o Parlamento o deixe "já aprovado antes da sua dissolução em 2019", ano de eleições.
"A partir de 2021, ano em que entra em vigor um novo programa de fundos europeus, o governo espanhol já poderá solicitar o cofinanciamento das obras, com a condição de que estejam concluídas até 2030", assinala.
A decisão de hoje surge após a reunião, a 24 de maio, do Eixo Atlântico com o coordenador europeu da rede Transeuropeia de Transportes, Carlo Secchi, para "defender a inclusão" daquela ligação ferroviária no Corredor Atlântico.
O Eixo recordava então que "a Comissão Europeia abriu recentemente um prazo para que os governos nacionais pudessem propor alterações ou incorporações às propostas que aprovou a Comissão no ano 2010, quando se aprovou a Rede de Corredores Ferroviários Europeus".
"Nesse momento, o Eixo Atlântico conseguiu que o Governo português incluísse na proposta conjunta com o governo espanhol o corredor Aveiro/Salamanca/Palência/fronteira francesa. Também tentou, sem êxito, que o eixo Monforte/Palencia fosse incluído nos corredores e continuou a trabalhar com este objetivo desde então", realça.
O Corredor Atlântico, originalmente denominado como Corredor de Mercadorias n.º 4, é constituído por troços da infraestrutura ferroviária existente e planeada entre Sines/Setúbal/Lisboa/Aveiro/Leixões -- Algeciras/Madrid/Bilbao/Saragoça -- Bordéus/La Rochelle/Nantes/Paris/Le Havre/Metz/Strasburgo -- Mannheim, transpondo as fronteiras em Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro, Elvas/Badajoz, Irun/Hendaye e Forbach/Saarbrücken.
A sua gestão está a cargo de um Agrupamento Europeu de Interesse Económico (AEIE) integrada pela Infraestruturas de Portugal, Adif, SNCF Réseau e DB Netz.
Texto: Lusa