Beira-Mar: Rui Rego fala em 'sacrifícios e forte carácter de grupo'. Paulo Alves ameaça 'quem colocar honestidade do grupo de atletas em causa' (com áudio).

O guarda-redes e capitão do Beira-Mar, Rui Rego, disse hoje na Terra Nova, após o final do jogo em Matosinhos frente ao Leixões (45.ª Jornada da II Liga, 1-2), que "os responsáveis tem uma semana para resolver o problema dos ordenados em atraso".

"Há muitos beiramarenses que não merecem esta equipa do Beira-Mar", vincou. Este domingo "foi muito difícil, tenso e viveram-se muitas situações, de manhã, que em nada dignificam o Beira-Mar. Pela enésima vez, este grupo demonstrou que é constituído por campeões que após tantas adversidades demonstrou o seu profissionalismo em campo. Ainda não sabemos se há dinheiro para pagar um mês de ordenado em atraso mas aceitámos ir a jogo", referiu.

Na semana passada “houve muita contra-informação, chegou-se ao ponto de duvidar do profissionalismo destes jogadores, as pessoas sabem do que é que eu estou a falar e deixa-me triste porque eu estou em Aveiro há cinco anos, deixa-me triste as pessoas serem capazes de se rebaixar ao ponto de duvidar do profissionalismo das pessoas que estão aqui, já demos provas mais do que suficientes de que somos profissionais,  já demos provas mais do que suficientes que merecemos que as coisas sejam resolvidas e é com muita tristeza que digo que muitos beiramarenses não merecem a equipa que tem. É uma situação difícil, há duas semanas metemos o pré-aviso de greve, as pessoas prometeram resolver as coisas, hoje de manhã estivemos reunidos com várias entidades, esteve presente o Presidente do Sindicato, Vice-Presidente da Liga, o João Redondo em representação da família Pishyar e as coisas não se resolveram. Nós queremos acreditar que as coisas se vão resolver mas o que é certo é que hoje de manhã o comprovativo da transferência não tinha sido entregue ao presidente do Sindicato dos Jogadores, a diferença dos 45 mil euros para os 52 mil euros, que muita gente falou que não estava certo, foi uma exigência dos jogadores porque as pessoas que estão a trabalhar connosco, os treinadores, os funcionários, merecem tanto respeito como nós porque se nós temos jogado é muito por culpa deles e temos tido este desempenho é muito por culpa deles. Eles são os grandes responsáveis por continuarmos a ser profissionais e a levar as coisas para a frente. Infelizmente essas garantias não foram dadas, chegou-se a um impasse, a Liga tinha muita vontade que nós jogássemos mas não resolveu muito porque disseram-nos que não eram eles que tinham que resolver”.

Os jogadores acreditaram na garantia dada pelo 'investidor' Paulo Silva e não na do Sindicato para que a situação se resolvesse.

Os jogadores chegaram às 15h15 ao Estádio do Mar "após um almoço fora de horas" e tiveram pouco tempo para se equiparem e aquecer para o encontro.

“Os jogadores foram profissionais e continuarão a ser, os jogadores sem que as pessoas mereçam, que fique bem claro, deram mais uma semana para que as coisas sejam resolvidas” disse.

Rui Rego falou sobre o caso de aliciamento a jogadores. "Não admitimos que duvidem da nossa honestidade e profissionalismo", vincou.

O treinador Paulo Alves, ali ao lado, a ouvir as declarações do seu atleta, deixou uma ameaça. "Não se metam com estes homens, com este grupo de gente séria. Ainda nos obrigam a ir até às últimas consequências", avisou.

O aviso de pré-greve para a última jornada é para manter.