Ílhavo: Leme quer provocar público para o circo contemporâneo.

Ílhavo em contagem decrescente para o festival de circo contemporâneo e já com o anúncio de em 2023 se trabalha nas produções de 2024.

Mensagem deixada no ensaio aberto do espetáculo “Vagalume” apresentado pelo coletivo “Coração nas Mãos”.

A produção apoiada no contexto da Noite Europeia do Circo é um espaço de reflexão sobre saúde mental.

Apresenta técnicas de acrobacia mão-a-mão e aéreos e tem estreia logo no primeiro dia do festival que decorre de 30 de Novembro a 3 de Dezembro.

Rita Martins, do coletivo “Coração nas mãos” explica que este é um trabalho inspirado em figuras que iluminam o caminho (com áudio)

O programa do Leme vai passar por espaços culturais, espaços desportivos e apresenta-se, também, ao ar livre.

É uma das imagens de marca do Festival de Circo Contemporâneo que pretende desafiar os públicos em locais inusitados.

Ílhavo, Gafanha da Nazaré e Vista Alegre recebem oito companhias, de nove países, que representam cerca de cinco dezenas de pessoas de 14 nacionalidades.

Bruno Costa, da associação Bússola, entidade que faz parceria com o Município na organização do festival, anuncia a apresentação de vários espetáculos mas também formações que vão desenhar um espetáculo internacional a apresentar em 2024.

2023 surge como ano de “capacitação” (com áudio)

O LEME acolhe, ao longo de quatro dias, cinco estreias nacionais, uma antestreia e uma estreia absoluta, em 30 exibições de oito espetáculos e quatro projetos da categoria Navegar (secção dirigida aos estudantes/criadores das escolas de circo portuguesas que apresentam trabalhos em construção).

Na componente formativa, promovem-se seis oficinas, duas formações internacionais e um fórum internacional em coordenação com o BETA Circus, projeto europeu financiado pela União Europeia, e o Space Circus, em espaços de encontro e reflexão entre profissionais, artistas e estudantes de circo contemporâneo em que já se encontram inscritas mais de 80 pessoas de 16 países.

Mariana Ramos, vereadora com o pelouro da cultura, fala do interesse de “provocar” o público com o circo contemporâneo na rua (com áudio)

Da programação deste fazem ainda parte o “Yin 2.0”, da francesa Cie. Monad, que junta malabarismo e movimento; o areal de cortiça de “QOROQ”, do Kolektive Lapso Cirk (Espanha e Eslovénia); a performance “Spiderman is back in town”, do coletivo italiano Tony Cliffton Circus, que altera o espaço através do desconforto da presença humana; a “escultura gigante portátil”, semelhante a uma roda cyr, de “Inertie”, da francesa Underclouds Cie; “Parque Central”, da portuguesa Erva Daninha, que cruza técnica de circo com situações, ações e objetos do quotidiano; “Exit”, do coletivo belga Cie. Circumstances, que apresenta um espetáculo de movimento acrobático coreogragado através de uma estrutura com várias passagens possíveis; e ainda “Rollercoaster”, de Wes Peden, que encerra o festival naquilo a que o artista chama “malabarismo ultra-moderno pop-punk” num cenário repleto de tubos e outros objetos coloridos.

A categoria Navegar, que integra novos criadores, apresenta quatro espetáculos, com várias apresentações, contando com projetos selecionados em concurso: Dayse Albuquerque (BR), Pedro Miguel Rosa (PT), María López del Peso e Ariel Pizarro Albornoz (CL) e Inês Pinho (PT).

O festival conta ainda com um momento de celebração, na noite de sábado, a partir das 23:30, com o dj set de Progressivu e a festa “Partimento”.

Nesta quinta edição, o LEME repensa o mote da edição zero, em 2017, em que questionou as possibilidades do circo contemporâneo através do mote “E se o circo não tivesse limites, mas coubesse em todo o lado?”, voltando, este ano, a ocupar espaços improváveis no acolhimento de espetáculos e a repensar os espaços e os objetos artísticos e como se relacionam e transformam reciprocamente.

O LEME é organizado pelo Município de Ílhavo, através do projeto cultural 23 Milhas, em parceria com a Bússola, organização de desenvolvimento de projetos artísticos.