Em dia de Santa Joana, Aveiro inaugura a exposição “Princesa Santa Joana – 550 Anos em Aveiro”.
O Museu de Aveiro acolhe a mostra com inauguração marcada para as 12h45.
A exposição, inserida no programa das Comemorações do Feriado Municipal, surge a partir do “Memorial” da Princesa, fonte primordial para a conhecermos, entre a hagiografia e a história.
Contempla o seu Retrato, Tesouro Nacional e que muito a revela, num primeiro núcleo que se refere ao tempo do seu nascimento, à sua educação de Princesa-Infante modelada dentro da renovação espiritual do século XV.
No segundo núcleo, que compreende o tempo em que esteve em Aveiro, 1472-1490, é ilustrado por uma pintura rara de uma coleção particular.
Do seu tempo pouco resta, mas ainda se pode ver e ouvir soar a sineta que chamava as religiosas à refeição ou o travesseiro em que deixou a vida terrena.
O terceiro núcleo integra preciosos documentos do seu processo de beatificação e valiosas relíquias, assim como, e até aos nossos dias, obras de artistas que a celebraram em escultura, pintura, biografias e hagiografias, romance, teatro, poesia, música.
Mostra patente até 28 de agosto.
Irmã única de futuro Rei, D. João II, valor maior nas estratégias de alianças do reino ou mesmo garante eventual da sucessão, vivendo sempre entre as pressões de Estado e a sua vocação, prevalecendo esta última, evidenciou um “carácter que se projetou também no ser dos aveirenses que a tomam por modelo, sobretudo na Caridade, determinação, resiliência e importância fulcral da cultura, fator de Humanismo”.
Diariamente encontramos a Princesa Santa Joana na arte pública, na toponímia, nas designações empresariais de todos os tipos, nas instituições, e isto na cidade, seus arredores, mas também em universos mais alargados, e em alguns casos transcontinentais.
Apesar de, como Beata (1693), ter culto sobretudo local, neste caso, e como nos revelam algumas peças da mostra (provenientes de instituições, de particulares, museus, igrejas e colecionadores), é-lhe prestada veneração muito anterior, podemos dizer que desde a hora da sua morte, às 02h de 12 de maio de 1490. Não deixou fortuna em joias, adquiriu terrenos necessários a responder ao crescimento e carências do mosteiro, foi determinada, como Senhora de Aveiro (1485), na defesa dos interesses da vila, com a sua presença trouxe atenção e benefícios régios, com o seu culto foi ponto de peregrinação e criação de riqueza.