Uma economia mais verde, com melhor performance e mais digital nos desafios para as empresas nacionais no contexto do futuro da União Europeia que quer chegar ao fim da década como líder desta nova economia.
O tema esteve em destaque no fórum da Associação Industrial do Distrito de Aveiro, realizado esta sexta-feira, em Sever do Vouga, e com transmissão online.
A capacidade de autonomizar a UE em termos de matérias primas foi um dos desafios mais citado pelos oradores ao longo do dia.
Com a pandemia estão a surgir dificuldades nesse fornecimento perturbando as cadeias produtivas.
Da Cotec, Associação empresarial para a Inovação, surgiu esse sinal em jeito de mensagem.
“O grande desafio é como combinar as antigas revoluções industriais com o que a tecnologia 4.0 faz com dados e automação”.
Algo que segundo os responsáveis deste agrupamento de empresas não depende apenas da dimensão dos países.
“Há países com 8 milhões de habitantes que são competitivos”.
A COTEC desafia as associações empresariais a vencerem a inércia mobilizando as empresas associadas com estratégias de médio e longo prazo.
A Oli deu testemunho sobre a aposta na internacionalização e a ligação aos meios de investigação e desenvolvimento.
“Há falta de doutorados nas empresas. Já temos um departamento de desenvolvimento e precisamos de um de investigação. Temos que incrementar a investigação das universidades”.
“O grande desafio da Oli é um desafio de escala. Para crescer com sustentabilidade precisamos de uma rede de empresas com dimensão. Precisamos de ganhar escala. Temos dificuldade nos transportes e por isso temos filiais. O preço da energia é outro fator de competitividade”.
Carlos Tavares, antiga ministro da economia e homem da banca, defende que não há falta de dinheiro. “Há é má afetação de recursos”.
“O crédito até 2015 cresceu mais do que o produto mas não se traduziu em produção. Sou céptico quando se fala de milhões. Quando as coisas não são bem controlados temos que chamar as troikas. O crédito cresceu em setores de bens não transacionáveis. O sistema financeiro move-se por incentivos. As políticas públicas são essenciais para que o dinheiro vá para os setores mais produtivos”.
"Não investimos demais mas investimos nos sítios errados. Não há almoços grátis. O dinheiro que vem tem um custo. Mal gerido gera prejuízos no futuro”.
O antigo Ministro da Economia aconselha o Governo a apostar na capitalização das empresas para evitar um futuro em que estará em causa nova capitalização da banca.
Como temas críticos para o futuro da economia os oradores apontam questões como a produtividade, reformas estruturais, capitalização das empresas, desburocratização de sistemas e formação de lideranças.
A combinação desses fatores encarada como decisiva.