Africa…Terra Nova - V

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09.10.2019

Transformação DigitalAntónio Batel AnjoISCTEM / OSUWELA

As empresas e as organizações já instaladas no mercado têm todas as suas infraestruturas tecnológicas e operações já montadas. Hoje em dia esta situação representa um risco enorme se não se conseguirem transformar a uma velocidade suficiente para competir com as restantes empresas que já "nascem digitais".

No mais recente relatório 2019 Executive Perspectives on Top Risks, os entrevistados avaliaram 30 diferentes riscos envolvendo questões macroeconómicas, estratégicas e operacionais, sendo que o primeiro risco é capacidade das suas organizações conseguirem transformar as suas operações e infraestrutura para que possam competir com organizações que "nascem digitais", em 2018 este risco ocupava o 10º lugar. As mudanças nas preferências dos clientes, a resistência à mudança e a incapacidade de contratar num mercado de trabalho com pouca oferta são outros dos factores de risco.

As palavras Big data e Machine Learning, por exemplo, entraram definitivamente no nosso vocabulário e não são mais conceitos abstractos, de facto representam grandes mudanças nas nossas vidas através das tecnologias que usamos. Hoje a nossa interecção com as máquinas é mais fácil, mais ágil e mais segura, mas é sobretudo mais natural.

No mundo das empresas as tecnologias ajudam a explorar e decifrar comportamentos, os locais que coincidem, ou se aproximam, da nossa preferência, completam as nossas frases e, em certos casos até os pensamentos mais íntimos dos consumidores. É uma nova visão do Mundo através da informação, algoritmos conectados com dispositivos inteligentes, baratos e repletos de sensores alteraram a nossa indústria. Temos agora no mesmo pacote a informação, a tecnologia e as pessoas, ou melhor, aquilo que as pessoas desejam.

Este novo caminho traz consigo desafios significativos, desde logo a necessidade de trabalhar em rede – uma rede de pessoas com saberes diversos, uma rede de máquinas partilhando constantemente informação, um conjunto de máquinas capazes de executar um milhão de tarefas que antigamente eram nossas. 

E então surge a expressão "Indústria 4.0". Esta surge em 2011, pela Acatech, para mostrar a diferença entre a automação simples, através de robôs industriais autónomos e os sistemas ciberfísicos em rede – algoritmos, tecnologias, sensores e pessoas.

 Uma ideia das revoluções industriais ao longo do tempo

Neste ano, e nos próximos, as empresas vão investir muito dinheiro (muitos milhões) em iniciativas de transformação digital para melhorar a sua eficiência. No entanto e tragicamente a maioria dessas iniciativas não atingirão seus objectivos se as empresas não criarem, ou aumentarem, o investimento que valorize as pessoas e o conhecimento (capital humano). Só desta forma estas se podem familiarizem com os novos processos para entrar neste ambiente em rápida transformação e adaptar-se à concorrência de empresas mais jovens que operam nativamente num mundo digital.

Algumas empresas estão a explorar a robótica e a análise de dados para transformar os seus negócios de forma a responder mais eficazmente aos clientes e reduzir custos. Outras empresas estão a usar sensores para monitorar operações e estão a contratar especialistas vindos das universidades, em análise de dados, mas sobretudo estão em processos acelerados de formação da sua força de trabalho para tirar maior partido das ferramentas digitais.

Esta capacidade de trazer cientistas e colocá-los a trabalhar em equipa com os funcionários da empresa, que conhecem bem a empresa e as suas potencialidades, reforça de forma significativa a resposta ao desafio da transformação digital.

Existe agora, como existia no passado, nesta questão dos sistemas ciberfísicos alguns perigos, que devem ser antecipados e encontrar solução para eles – haverá mais pessoas que serão afectadas pelos processos originados pelos sistemas ciberfísicos do que a maioria das pessoas acredita. Não serão apenas aqueles que realizam trabalhos manuais e rotineiros os mais afectados, mas também os que trabalham em áreas analíticas previsíveis e com grande volume de dados, como em algumas áreas da engenharia, contabilidade e até mesmo na computação.

Os estados e as empresas que não acautelem estas situações e não antecipem os cenários da transformação digital podem ter que enfrentar no futuro convulsões sociais e assistir a um aumento das desigualdades. À medida que as tecnologias baseadas em sistemas ciberfísicos assumem cada vez mais atividades rotineiras, previsíveis e físicas a combinação de competências em todos os domínios irá mudar.

O sucesso da transformação digital (ou de qualquer outra) depende totalmente do trabalho em equipa para atingir os objectivos bem definidos. Infelizmente, a maioria das empresas está isolada em áreas funcionais e unidades de negócios que travam árduas batalhas para estabelecer a comunicação, coordenar e colaborar em relação a qualquer iniciativa de transformação.

As diversas ferramentas, bases de dados e fluxos de trabalho das diferentes funções criam um ecossistema de trabalho analógico, isolado e desorganizado onde apenas uma pequena porção de tempo é dedicada às suas funções principais.

Muito do tempo útil é passado a enviar e receber e-mail, em tarefas administrativas e em reuniões que não concorrem e nem estimulam o trabalho de equipa e entre equipas. Mas, mais preocupante, é que as empresas não possuem uma comunicação baseada num verdadeiro, ágil e assertivo registo do trabalho que estão a desenvolver.

A transformação digital cria novas e grandes oportunidades que exigem uma maior formação académica, mas também técnicos altamente qualificados com uma entrada mais rápida no mercado de trabalho.A expectativa é que esta transformação digital represente uma oportunidade e verdadeira revolução na “educação em diálogo com as empresas”.

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Sugestão Musical

Brenda Fassie, morreu aos 39 anos, foi a primeira estrela pop negra da África do Sul, vendendo milhões de álbuns durante uma carreira de duas décadas. A sua importância era tal que quando estava internada para falecer foi visitada por Thabo Mbeki e Nelson Mandela.Activista e profundamente revoltada com o estado da Africa do Sul, lança em 1990 o single Black President, uma homenagem ao ainda preso Nelson Mandela, que foi banido pelo regime do apartheid.Brenda Fassie, cantora pop, nascida a 3 de novembro de 1964 e faleceu a 9 de maio de 2004.

https://www.youtube.com/watch?v=1RvfDkzUOos

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Conversas da Manhã
Autor
Maria João Azevedo
Horário10:00às09:40

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