O lítio e o ambiente
Com certeza, já ouviu falar do lítio. Se por acaso ainda não, fica a saber: este metal é o principal componente da bateria do seu telemóvel, do seu computador e da sua ferramenta de bricolage, mas também das baterias dos veículos eléctricos. E se é verdade que os veículos eléctricos são indiscutivelmente um grande avanço no combate às alterações climáticas, importa que saiba também porque é que a “febre do lítio” para fabricar baterias não é totalmente isenta de impactos ambientais.
Em apenas 10 anos, a procura mundial de lítio aumentou de 25 mil para 85 mil toneladas. Cerca de metade do lítio provém de salinas na Argentina, na Bolívia e no Chile, onde os sedimentos que contêm lítio são misturados com água e evaporados em lagoas enormes. Para extrair uma tonelada de lítio são precisos 2 milhões de litros de água! Esta água deixa assim de estar disponível para a agricultura nestas regiões áridas, onde a água já é um recurso escasso. Além disso, a extracção do lítio requer o uso de compostos tóxicos que depois são quase sempre descartados a céu aberto, contaminando o solo, a água e o ar. Outro aspecto a reter: infelizmente ainda não existe ainda uma estratégia viável para reciclar as baterias de lítio no seu fim de vida. E claro, já se sabe: gastar sem reciclar gera um passivo ambiental!
Por isso, reflicta sobre isto: embora as baterias de lítio sejam um importante avanço tecnológico para melhorar o seu dia-a-dia, a sua produção ainda não é 100% amiga do ambiente. É que… não há almoços grátis!
Flávio Silva
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