Verdes pedem medidas adicionais para garantir eficácia na limpeza de rios e pateira.

O Partido Ecologista Os Verdes diz que as medidas anunciadas pelo Governo para a limpeza da Pateira não resolvem os problemas se a montante não houver combate às fontes poluidoras.

Considera a adoção de medidas essencial à preservação da biodiversidade, equilíbrio dos ecossistemas, e a defesa da saúde e qualidade de vida das populações.

Mas assume que o investimento de 11,5 milhões de euros anunciado recentemente pela Ministra do Ambiente, destinados à reabilitação de rios, ribeiras e respetivas áreas envolventes, abrangendo cerca de 215 quilómetros, como um dos propósitos da Lei do Restauro Ambiental, pode não passar de “operação de maquilhagem ambiental”.

“Embora a reabilitação das áreas envolventes seja relevante, o cerne da questão reside, primeiramente, na qualidade da água. Contudo, o governo prefere optar por direcionar as intervenções em particular para as margens e áreas adjacentes, a jusante, em vez de se atuar a montante, assegurando assim que a água que chega aos rios e ribeiras seja de boa qualidade, preservando a biodiversidade. A prioridade deveria incidir na alocação de verbas para a requalificação e/ou construção de novas ETAR’s e na cobertura e reabilitação da rede de saneamento. Importa salientar que, em vários concelhos do país, particularmente na região centro, mais de 50% das habitações não se encontram ligadas à rede de saneamento”.

Um dos rios incluídos na lista do Governo é o rio Antuã, também conhecido como rio Ul no seu troço a montante, que tem sido afetado por descargas de efluentes.

“A intervenção de recuperação, embora importante, deveria ser secundária face ao cerne da questão, que é a despoluição dos cursos de água. Recuperar troços a jusante sem garantir a despoluição das águas a montante é, em bom rigor, tapar o sol com a peneira”.

Outro dos temas é a intervenção no rio Cértima, com os Verdes a alertarem para a “necessidade de que este tipo de intervenção fosse acompanhado por técnicos qualificados, de evitando a destruição de espécies endémicas raras que, amiúde, se encontram nas margens dos rios, o seu habitat específico”.