A Conferência Internacional de Ambiente de Língua Portuguesa, sob o lema “Ambiente e Direitos Humanos”, arranca esta terça na Universidade de Aveiro para três dias de debates.
Iniciativa integrada nas comemorações dos 40 anos do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, do XX Encontro da Rede de Estudos Ambientais de Países de Língua Portuguesa (REALP) e dos 30 anos da Conferência Nacional de Ambiente.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, preside à Comissão de Honra da CIALP.
A Comissão Organizadora da CIALP integra membros de universidades de cinco países de língua portuguesa: Angola (Universidade Agostinho Neto), Brasil (Universidade Federal de Pernambuco), Cabo Verde (Universidade de Cabo Verde), Moçambique (Universidade Eduardo Mondlane) e Portugal (Universidade de Aveiro).
Assumindo que “a proteção dos direitos humanos e a proteção do ambiente estão intrinsecamente ligados e se reforçam mutuamente”, a CIALP, que escolheu para seu lema “Ambiente e Direitos Humanos”, irá analisar “os interesses, os desafios e as abordagens da comunidade lusófona no que ao Ambiente diz respeito”.
A Coordenadora dos Recursos Naturais da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), Helena Semedo, será a oradora da primeira sessão plenária, que decorrerá esta manhã, a partir das 11h30.
No dia seguinte, a sessão plenária terá por orador o Secretário-Geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Luís Oosterbeek.
O orador da sessão plenária do terceiro dia será Leo Heller, relator especial da ONU para o direito humano à água e ao saneamento.
A Cerimónia de Abertura da CIALP está agendada para as 10 horas,desta terça, dia em que pelas 16h30 terá início uma sessão da Rede de Estudos Ambientais dos Países de Língua Portuguesa (REALP).
Nos três dias decorrerão, em simultâneo, diversas sessões temáticas, num total de 28, nas quais serão apresentados outros tantos temas sectoriais, abarcando praticamente todas as áreas relacionadas com “Ambiente e Direitos Humanos”.
A Cerimónia de Encerramento está prevista para as 18h00, do dia 10 de maio.
Fazendo jus ao pioneirismo de quatro décadas do DAO na área do Ambiente, esta unidade orgânica da UA mobilizou-se para responder aos novos desafios, explica o diretor do DAO, Carlos Borrego.
“Na década de 2010, apesar de toda a legislação e instrumentos à disposição dos portugueses, reconhecemos que devíamos manter e incrementar o investimento na educação para o ambiente e a cidadania e, em particular, na transição para a economia circular como suporte do desenvolvimento sustentável.” Por isso, explica Carlos Borrego “o DAO tem estado atento a mais este desafio, tendo adequado e preparado os cursos para dar respostas a estas e outras pressões atuais. A investigação consolidou-se nas novas áreas. Organizámo-nos para responder aos desafios atuais, em que a problemática ambiental passou das questões predominantemente ligadas à produção para aspetos mais próximos do consumo.”
O professor e antigo ministro do Ambiente conclui que agora “existe uma maior sensibilização dos cidadãos relativamente aos efeitos ambientais, o que condiciona as nossas escolhas diárias relativamente ao que comprar, onde viver, trabalhar ou viajar.”
O primeiro dia fica marcado, às 10h, pela cerimónia comemorativa dos 40 anos do DAO, para a qual estão convidados o Ministro do Ambiente e o Reitor da UA, evento que integra a abertura da Conferência Internacional de Ambiente em Língua Portuguesa.