Projeto da UA estudou aplicações de novos materiais em edifícios e apresenta conclusões, esta quinta-feira, no simpósio final do projeto que trabalha novos materiais dedicados à eficiência energética.
O projeto THERMACORE, coordenado pela Universidade de Aveiro (UA), desenvolveu e avaliou o desempenho, nas vertentes de eficiência energética, conforto térmico e qualidade do ar interior, de novos materiais para aplicações em soluções construtivas.
O simpósio final decorre a 3 de fevereiro de 2022, em formato presencial (anfiteatro do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA) e online.
As soluções construtivas inovadoras, constituídas por materiais de mudança de fase (designados na literatura científica por PCMs) são mais eficientes termicamente permitindo uma atenuação das oscilações da temperatura no interior dos edifícios e consequentemente levando a uma redução da energia necessária para climatização dos espaços.
Estas soluções inovadoras contemplam macrocápsulas de PCM, estrategicamente usadas de forma a conferir um núcleo termicamente ativo às soluções construtivas.
Comparativamente aos materiais usados convencionalmente na construção, os resultados demonstram uma redução da amplitude térmica no ambiente interior dos edifícios de até 4°C com a utilização de materiais de mudança de fase otimizados.
Concluiu-se ainda que, com aplicação destes materiais, consegue-se uma redução do sobreaquecimento dos espaços interiores em edifícios de até 24% na estação de aquecimento.
Os PCM devem ser usados com vantagem em edifícios com baixa inércia térmica (construção ‘leve’), que começam a surgir em Portugal, a fim de diminuir as amplitudes térmicas no interior, promovendo a eficiência energética e o conforto térmico.
O THERMACORE – “Desempenho de uma parede ou laje com um núcleo termicamente ativo em edifícios em Portugal” enquadra-se nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – Agenda 2030, atuando diretamente nos objetivos 11 (Tornar as cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis) e 13 (Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos).
É um projeto nacional financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), via POCI/FEDER (POCI-01-0145-FEDER-030364), envolvendo parceiros industriais, nomeadamente, Saint-Gobain, 5DHome e Lusil.
A equipa de investigadores da UA inclui António Samagaio; João Labrincha; Romeu Vicente; Fernanda Rodrigues; Ana Velosa; Teresa Nunes; Vítor Costa; António Figueiredo; Ana Gonçalves e Bruno Pereira.
No âmbito do projeto THERMACORE, foram construídas, com o apoio de parceiros industriais, duas tiny houses (módulos experimentais) gémeas, sendo uma usada como referência, com soluções construtivas e materiais tradicionais, e a outra em que foram aplicadas soluções construtivas e/ou materiais inovadores.
Os módulos experimentais servirão, após a conclusão do projeto, como um autêntico laboratório (dinâmico) de Física das Construções ao serviço dos investigadores da UA.