Um sistema de visão artificial e de controlo de qualidade está a ser criado por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) em parceria com a Composite Solutions, empresa da região que desenvolve estruturas marinhas para produção de energia com a sueca CorPower.
O projeto em copromoção, designado SeaAI, é financiado pelo Fundo Azul. Os trabalhos da parceria com a UA já arrancaram e vão prolongar-se por dois anos.
A Composite Solutions, empresa nascida na Incubadora de Empresas da Região de Aveiro (IERA), de que a Incubadora da UA (IEUA) é parceira, está a criar uma boia para produção de energia, encomenda da sueca CorPower.
Na origem da empresa está Ricardo Neta, um antigo aluno de Engenharia Mecânica da UA, e seu pai, Paulo, também antigo aluno mas de pós-graduação.
O protótipo da boia a meia escala foi apresentado em setembro de 2016, no Jardim Oudinot, Ílhavo. O projeto de construção entrou, agora, na fase 3, ultrapassados os testes em seco e no mar, tendo os mais recentes decorrido na Escócia, afirma Paulo Neta.
A estrutura é construída em fibra de vidro e materiais compósitos, sendo, portanto, leve e resistente. O problema torna-se ainda mais pertinente, a partir de agora, na construção da boia final e à escala real, uma vez que a estrutura é construída aplicando as fibras, progressivamente, por enrolamento, exigindo rigor absoluto e enorme exigência de controlo de qualidade para não haver desalinhamentos ou folgas, explica Vítor Santos, professor do Departamento de Engenharia Mecânica e coordenador da equipa na UA.
Na UA, foram recentemente lançados os trabalhos da equipa coordenada por Vítor Santos, com longa experiência em automação aplicada à indústria e também no estudo de sistemas de inteligência e visão artificial.
Trata-se, portanto do desenvolvimento de um Sistema de Enrolamento Filamentar Assistido por Braço Robótico e Visão com Inteligência Artificial (SeaAI).
Consiste na criação de um centro de desenvolvimento capaz de criar e testar sistemas de produção automatizados de estruturas em compósito.
A unidade terá a capacidade de desenvolver novos algoritmos de enrolamento filamentar controlados por visão integrados num sistema de inteligência artificial de reconhecimento dos filamentos de fibra, testar soluções de combinação de processos e produzir equipamentos diferenciados em ambiente industrial.
A solução baseia-se na utilização de um braço robótico, um sistema de visão e inteligência artificial de forma a gerar novos algoritmos de posicionamento aumentando a precisão do processo e possibilitando a produção de estruturas complexas de forma automatizada.
Texto e foto: UA