O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus afirma que continua a faltar uma intervenção mais cuidada sobre a floresta e reclama fiscalização mais apertada às entidades públicas.
Defende que só com ação acertada entre as administrações públicas e privadas e os cidadãos é possível respostas para os problemas enfrentados.
“Isto porque, tendo os danos causados sido já tão grandes, já não basta regular ou ordenar: é necessário intervir, executar no terreno ações de recuperação que, pela sua natureza e objetivos, já muito dificilmente podem ser realizadas por quem detém a propriedade da terra e tem dela objetivos de exploração”.
Regista a falta de cadastro, incentivos ao emparcelamento, aplicação efetiva de instrumentos de planeamento e gestão previstos, aposta na silvicultura preventiva e incentivos fiscais.
“Temos assistido à expansão desordenada das monoculturas de eucalipto, reconvertendo grandes áreas de pinhal e alguns sobreirais, devido sobretudo à falta de fiscalização das entidades oficiais. É, por isso, necessário realizar uma fiscalização efetiva relativamente a todas as regras de ordenamento e gestão, dando nesta fase pós incêndios, especial ênfase às áreas ardidas”.
O exemplo dado pelo projeto do Cabeço do Santo é um dos citados pela Quercus que vê nessa gestão modelo a seguir.
“É essencial apoiar e replicar iniciativas de recuperação ecológica como o Projeto Cabeço Santo, que teve início já em 2006, após o enorme incêndio que chegou até Águeda, e que se apresenta como um exemplo na criação de um mosaico de áreas de conservação numa zona intensamente utilizada para o cultivo florestal de espécies exóticas. Nos seus 150 hectares, este projeto único em Portugal, conseguiu evitar que as áreas ardidas fossem alvo da expansão de espécies infestantes”.