O Instituto Politécnico da Guarda anuncia a criação de uma “torre de controlo” digital para fluxos logísticos com Espanha.
Digitalizar a cadeia logística entre Aveiro, Leixões, Guarda e Salamanca, tornando este eixo mais competitivo face a outros na Península Ibérica, é um dos primeiros projetos que será desenvolvido pelo Laboratório Colaborativo em Logística – CoLAB LogIN do Politécnico da Guarda.
A iniciativa será apresentada esta sexta-feira no seminário “Ensino, Georreferenciação e Automação no Território” no IPG.
Com esta plataforma, as empresas logísticas internacionais que operam neste corredor passam a dispor de um novo instrumento para tornarem as suas operações mais eficientes, tornando a passagem das mercadorias pelo “hub” da Guarda mais competitiva.
“Esta plataforma servirá de torre de controlo de toda a cadeia logística. Permitirá mapear, identificar e antecipar as necessidades do corredor logístico e implementar soluções que dinamizem e aumentem a competitividade das empresas”, afirma André Garcia Sá, professor no IPG e coordenador do CoLAB LogIN.
“Desenvolvida em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica, a plataforma utilizará algoritmos para controlar os fluxos logísticos, otimizar rotas e fornecer dados que apoiarão os prestadores de serviços, importadores, exportadores e autoridades nas tomadas de decisão”.
O projeto será desenvolvido no Laboratório Colaborativo em Logística – CoLAB LogIN - e merece apresentação no seminário “Ensino, Georreferenciação e Automação no Território”, que tem lugar, hoje e amanhã, no IPG.
O CoLAB LogIN é liderado pelo IPG e conta com a participação de mais 12 associados, sobretudo grupos empresariais da região.
Visa investigar as redes, os fluxos logísticos da região da Guarda e os movimentos de transportes de todo o país com o exterior.
O projeto recebeu financiamento de 1,3 milhões de euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
“Com a notícia da instalação do porto seco na Guarda, a logística tornou-se uma área central para o Politécnico da Guarda: estamos a formar especialistas, a investigar e a criar projetos para tornar as empresas mais competitivas no mercado”, afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG.
“Neste projeto de digitalização da cadeia logística, desenvolvido no CoLAB LogIN, iremos também envolver estudantes das licenciaturas de Engenharia Topográfica e de Engenharia Informática”.
O projeto da plataforma digital será apresentado por André Sá no primeiro dia do congresso “Ensino, Georreferenciação e Automação no Território”, promovido pelo IPG.
O painel sobre portos secos contará ainda com as intervenções de Pablo Hoya, da Plataforma Logística-Intermodal de Salamanca, Eduardo Feio, presidente da Administração do Porto de Aveiro e Porto da Figueira da Foz, e Vasco Silva, da administração do Porto de Douro Leixões e Viana do Castelo. (ver programa em anexo).
Adotar o transporte ferroviário como a principal forma de mobilidade turística entre Portugal e Espanha é uma das soluções para baixar os níveis de poluição causados pelo turismo, que é um dos impactos ambientais mais problemáticos da atualidade.
Manuel Salgado, diretor do mestrado em Gestão e Sustentabilidade no Turismo no IPG, defende que o comboio tem grande potencial para as viagens na Península Ibérica, por ser mais económico e sustentável. Este será um dos temas em discussão no painel sobre “Sustentabilidade e Turismo Ferroviário”.
“Numa altura que se discute um novo aeroporto da região de Lisboa devido ao elevado tráfego de passageiros, trazemos para a Guarda a discussão de uma solução com menor impacto ambiental e viabilidade económica”, afirma Manuel Salgado, também vice-presidente do IPG.
“A mobilidade no turismo deve passar mais pela ferrovia em detrimento da aviação. Esta é uma solução para descongestionar as áreas metropolitanas e contribuir para a coesão territorial a nível nacional, tendo a Guarda um papel central no que diz respeito ao espaço ibérico: aqui passam as linhas da Beira Baixa e da Beira Alta”.