Uma oceanóloga da Universidade de Aveiro conquistou uma bolsa da National Geographic Society.
Priscilla Campos foi contemplada com uma bolsa de 7 mil dólares para estudar o desequilíbrio ecológico nos corais brasileiros.
O projeto da estudante de Doutoramento em Biologia da Universidade de Aveiro (UA) quer envolver a comunidade piscatória da Baia na recuperação da biodiversidade local.
Selecionada entre jovens educadores, investigadores e exploradores de todo o mundo, Priscilla Campos apresentou ao National Geographic Society um projeto interdisciplinar com o objetivo de investigar o desequilíbrio ecológico que está a ocorrer neste momento nos recifes de corais do Brasil, contando com oficinas de educação ambiental estética com a comunidade de pescadores locais na Baia e a divulgação científica em linguagem popular.
Além da publicação científica em revista internacional em processo, foi já realizado um documentário ecopedagógico de todo o trabalho socioambiental investigado como inspiração aos educadores que desejam trabalhar com esse tema transversal e complexo, que é o Meio Ambiente, responsabilidade de todos.
"Os recifes de corais brasileiros, no litoral baiano, estão sofrendo impactos socioambientais muito sérios a ponto de estarem mudando a fase do sistema em que se encontram. Uma só espécie de coral mole, o Palythoa cf. variabilis mata todas as principais espécies construtoras de recife em poucos meses e forma um “tapete” sobre eles acabando com toda a biodiversidade local”, explica Priscilla Campos.
Orientada por Etelvina Figueira, do Departamento de Biologia da UA, o trabalho de Priscilla Campos com a National “foi coletar esses corais no Brasil e transportá-los para serem estudados na Academia de Aveiro para tentar descobrir a causa desse desequilíbrio ecológico”.
Os resultados deste trabalho, até o momento, foram a reunião de conhecimentos para monitorar os recifes de corais em prol de sua conservação e cujo artigo científico está em processo de publicação. O trabalho de Priscilla Campos também já se refletiu no Festival Maré Arte, ocorrido em Salvador, Brasil, em 2018, onde foram construídos materiais ecopedagógicos bilíngues (português/inglês) e no documentário do processo de Educação Ambiental Estética com os pescadores artesanais.
Esse trabalho foi já apresentado no Research Summit da UA em 2018 e no V Congresso Internacional de Educação Ambiental na Guiné-Bissau, em 2019.