A MUBi apresentou à autarquia de Aveiro um conjunto de medidas de acção "urgentes" para transformação do espaço público e apoio da mobilidade activa (caminhar e andar de bicicleta) "para protecção da saúde dos cidadãos", no pós confinamento da COVID-19.
A MUBi Aveiro recomenda com carácter de urgência, a supressão de uma via de trânsito em cada sentido na Av. Dr. Lourenço Peixinho, para alargamento dos passeios e o fecho da Rua João Mendonça ao tráfego automóvel.
"Seria inaceitável, nas vias com maior circulação de pessoas e condições semelhantes, a manutenção do espaço rodoviário, enquanto que quem se desloque a pé esteja impedido de guardar a distância recomendada de segurança para protecção do risco de contágio quando passa por outros peões. A responsabilidade dos municípios em assegurar a protecção da saúde dos cidadãos no uso do espaço público é hoje acrescida", refere.
A MUBi propôs ao Município de Aveiro "um conjunto de medidas prioritárias, rápidas e de baixo custo", para apoiar e fomentar a utilização dos modos activos de deslocação durante a saída do confinamento.
"A definição de corredores de saúde (health corridors), realocando espaço anteriormente do automóvel aos modos activos, através do fecho de ruas ao tráfego motorizado ou da supressão de vias de trânsito ou lugares de estacionamento para o alargamento de passeios e criação de ciclovias, incentiva as deslocações a pé e em bicicleta e assegura o necessário distanciamento físico".
"A redução de velocidades e a fiscalização efectiva de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados, como excessos de velocidade, estacionamento em locais de passagem de peões (passeios e passadeiras) e incumprimento das regras de ultrapassagem a ciclistas, reduzem o risco rodoviário para todos e facilitam o recurso aos modos activos de deslocação".
Planos de urgência de estímulo à mobilidade em bicicleta, parqueamentos seguros para velocípedes, ou mesmo campanhas de comunicação incentivando ao uso dos modos activos, "promoverão uma alternativa segura e saudável ao automóvel individual ao mesmo tempo que contribuem para o descongestionamento dos transportes colectivos".
Cidades de todo o mundo têm vindo a implementar medidas neste âmbito "para garantir segurança, do risco de contágio e do risco rodoviário, a quem se desloca a pé ou em bicicleta, com o propósito de facilitar e incentivar estes modos de deslocação e garantir o necessário distanciamento físico".
A utilização da bicicleta durante a pandemia "permite manter o distanciamento para evitar o risco de contágio e contribui para reduzir a poluição do ar, factor associado a taxas mais elevadas de mortalidade por COVID-19. Ajuda, ainda, a descongestionar os transportes públicos, deixando-os mais livres para quem efectivamente precisa deles. A utilização da bicicleta e o caminhar proporcionam actividade física, contribuem para o reforço do sistema imunitário e reduzem os risco de várias doenças, como diabetes e obesidade. A OMS recomenda, sempre que possível, o seu uso nas deslocações necessárias durante a pandemia", sublinham.
A MUBi Aveiro "constatou empiricamente, desde o início das medidas confinamento, um maior recurso à utilização da bicicleta para deslocações. O que vem, mais uma vez, demonstrar que quando é reduzida a pressão do automóvel em meio urbano, existe uma natural maior predisposição das pessoas para adoptarem a bicicleta como modo de transporte". "Fomentar o uso dos modos activos de deslocação permitirá um regresso mais rápido e seguro à actividade normal. A crise social e económica resultante da crise sanitária durará vários anos, e é, portanto, crucial a aposta e investimento nos transportes públicos e, em particular, na mobilidade activa. Como observado na crise económica de 2008, é muito provável que a utilização da bicicleta venha a aumentar de importância e assuma um papel indispensável na mobilidade dos cidadãos".
A MUBi Aveiro insta, ainda, a autarquia a libertar espaços de estacionamento automóvel e permitir a sua livre utilização para a instalação de esplanadas.