O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro considera que os meios técnicos que estão a ser utilizados na obra de desassoreamento em curso “não podem ser desmantelados” no final da empreitada e exige que “haja um reforço de novos meios que possam ser usados no interior das marinas dos clubes e da pesca”.
A posição é reafirmada poucos meses depois do apelo público lançado na fase de arranque das obras de desassoreamento da ria.
Com recurso a imagens aéreas, o Movimento retomou a posição para deixar apelo público às entidades públicas para o prolongamento da empreitada ou para a cativação de recursos extra que permitam levar o desassoreamento aos ancoradouros e envolve também abertura ao uso de meios das próprias associações.
“Sem uma intervenção concertada e urgente das autoridades (Agência Portuguesa do Ambiente, Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e autarquias, entre outras), dentro de um ano ou dois, não será possível navegar, em nenhuma circunstância, no interior das marinas dos clubes náuticos e da pesca profissional e isto constitui um prejuízo muito elevado para as associações e para os pescadores, mas também para o desporto náutico, para o setor do turismo e para a economia da região, de uma maneira geral”.
A estrutura liderada por Paulo Ramalheira endurece o discurso e lembra que algumas dessas entidades cobram taxas e têm responsabilidades na navegabilidade da ria.
“As entidades que tutelam a Ria de Aveiro e que cobram avultadas verbas pela utilização do domínio público marítimo têm a responsabilidade e a obrigação, perante todos, de manter a Ria em boas condições, tal como um senhorio é obrigado conservar e cuidar de um apartamento que esteja no mercado de arrendamento”.
O combate ao abandono a que a ria foi votada não se esgota na obra de desassoreamento em curso e os Amigos da Ria questionam a realização de ações complementares.
“É preciso encontrar os meios, os poucos meios que houver disponíveis e onde os houver, incluindo as disponibilidades das associações náuticas, e afetá-los para uma obra complementar da empreitada de desassoreamento em curso que garanta a devolução de vida à Ria de Aveiro e assegure a sua navegabilidade nas marinas, que existem precisamente para acolher os barcos, mas que, nas atuais circunstâncias, quase se tornam inúteis”.