A festa que liga o mar ao cinema está de volta ao Município de Ílhavo com o “Mar Film Festival”, que se instala durante os fins de semana de novembro, no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo.
Ao longo do mês de novembro (12 e 13, 19 e 20, 26 e 27), exibem-se curtas, médias e longas-metragens, ficção animação e documentários, que se estrearam nos últimos três anos.
Este é um festival que assume a temática marítima e valoriza a “Estética” que os “patrimónios do mar oferecem a esta arte”.
Nesta 5ª edição há novidades.
No ano do centenário do nascimento de António Campos, pioneiro em Portugal no género docuficção, o festival recua a 1975 para uma secção especial, com exibição do filme “Gente da Praia da Vieira” e da curta “A Festa”, obras recentemente digitalizadas pelo projeto FILMar - Digitalização do Património Cinematográfico, uma iniciativa promovida e apoiada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.
O programa arranca a 12 de novembro, às 21h30, com “Lascas” (Thorns and Fishbones - Hungria/Portugal, 2020 | ANIM | 10min) realizado por Natália Azevedo Andrade.
Segue-se “Sol Posto – Capitão Fausto” (Portugal, 2020 | MUS | 75min) realizado por Ricardo Oliveira.
Composto por versões inéditas do repertório da banda, Sol Posto integra três performances gravadas ao vivo e em exclusivo para o filme.
As atuações ocorrem em três momentos distintos do dia: crepúsculo, noite e alvorada.
O som e imagem foram gravados ao vivo, no decurso de uma semana em setembro de 2020, em Melides.
No dia 13 de novembro, às 16h, em exibição “O que Não se Vê” (Portugal, 2020 | DOC | 23min) realizado por Paulo Abreu.
Documentário construído a partir de viagens de pesquisa para um filme nos Açores, entre 2015 e 2016, nas ilhas do Pico e Faial (na foto).
Anos mais tarde, ao voltar ao material captado, o realizador encontrou um outro filme.
Um filme escondido, em que o poder da Natureza e o Acaso revelam uma narrativa sobre a amizade, o cinema e a influência do imprevisto na criação artística.
Nesse dia, em exibição, “Se o Mar Deixar” (Portugal, 2020 | DOC | 72min) realizado por Luís Alves de Matos.
Este documentário é o resultado de 15 anos de filmagens realizadas por Pedro Aguilar formado em Belas Artes, desenvolvendo o seu trabalho em curadoria.
Durante este período estabeleceu uma relação de crescente cumplicidade com o pescador António Escaleira.
Num processo solitário e com enorme empenho e paixão, documentou as artes da pesca, as idas à maré, o artesanato e o quotidiano deste homem na localidade de Azenha do Mar.
O cruzamento do olhar de um homem vindo da cidade sobre um homem do mar que habita uma aldeia piscatória, narra sobretudo a história de uma grande amizade entre dois amigos provavelmente improváveis.
No dia 19 de novembro, às 18h, secção especial “Centenário António Campos” com “A Festa” (Portugal, 1975 | DOC, FIC | M/12 | 24min) e às 21h30 “O Voo das Mantas” (Portugal, 2021 | ANIM | 7min).
Nesse dia, a segunda proposta da noite vai para “Entre Ilhas” (Portugal, 2021 | DOC | 76min) realizado por Amaya Sumpsi.
A bordo do cruzeiro Express Santorini, “Entre Ilhas” percorre o arquipélago dos Açores, através de diários, imagens de arquivo e relatos de viajantes, de marinheiros e dos açorianos, centrados numa época em que o mar era um espaço comunitário e social significativo.
No dia 20 novembro às 16h00, em exibição “A Viagem de Pedro” (Portugal, 2021 | FIC| 94min) realizado por Laís Bodanzky.
E a fechar, no fim de semana de 26 e 27 de novembro apresentações de “Juunt Pastaza entsari - Águas do Pastaza” (Portugal, 2022 | DOC | 60min), realizado por Inês T. Alves.
No último dia as propostas vão para “Azul” (Portugal, 2022 | FIC | 21min) realizado por Ágata de Pinho; “Heitor Sem Nome”
(Portugal, 2022 | FIC | 30min) realizado por Vasco Saltão; e “Saturno” (Portugal, 2022 | FIC | 14min) realizado por André Guiomar, Luís Costa.