O movimento “Unir para Fazer” afirma que na hora certa os ilhavenses irão responsabilizar os partidos que chumbaram a aquisição da Casa do Gaveto mas a oposição, em bloco, responde que a população já está a agradecer o chumbo.
E defende-se das acusações de funcionar como maioria de bloqueio para dizer que o bloqueio está na falta de diálogo da nova maioria independente.
A deliberação camarária que vincou as posições de PSD e PS e que acabou, de vez, com a proposta de aquisição apresentada pela maioria "Unir para Fazer" esteve em debate na última edição do programa “Discurso Direto”.
Márcio Sousa, deputado municipal eleito pelo Chega, aprova a decisão dos partidos da oposição.
Diz que numa autarquia que tem alegado falta de meios a aquisição seria incoerente.
"Gostei muito que tivesse sido chumbado. O presidente usa um argumento sobre a falta de dinheiro e vamos gastar dinheiro numa casa para ficar ao abandono", afirma o vogal do Chega.
Fátima Teles, do PSD, diz que há ecos da "aprovação" popular das posições tomadas por PSD e PS.
Alega que num município com carências várias e degradação em equipamentos públicos há muito onde investir, com carácter prioritário (com áudio)
O representante do Movimento Unir para Fazer vai ao histórico de intervenções no centro da cidade para criticar a posição do principal partido da oposição.
“Depois do Executivo anterior liderado pelo PSD ter gasto milhões de euros na requalificação do Jardim Henriqueta Maia sem alteração relevante na vivência urbana, impede agora que a Câmara Municipal de Ílhavo intervenha na dinamização desta zona urbana, assegurando a posse de um edifício para serviços municipais abertos à população”.
Pinto Reis lembra que a compra do imóvel constava do Orçamento e das Grandes Opções do Plano de 2023, recentemente aprovado e que “o PSD e o PS não rejeitaram”, mas que “inviabilizaram através do bloqueio das propostas de concretização desse orçamento”.
Admite que o Município possa estar a perder uma oportunidade histórica de garantir património que, um dia, poderia ajudar a configurar de outra forma o espaço público no centro da cidade.
Alega que este teria sido o tempo certo para resgatar para a esfera pública um espaço de referência na arquitetura de Ílhavo (com áudio)
Nuno Quaios, do PS, não vê razões para lamentos.
Recusa o ónus desse falhanço na aquisição e culpa João Campolargo pela forma como o processo foi instruído.
Diz que o chumbo é tão só a consequência da "falta de diálogo" de uma maioria relativa que não quer ver a oposição com voz fundamental nas decisões (com áudio)
O PS avisa que o quadro tende a agravar-se uma vez que o tempo trará, tendencialmente, mais propostas da nova maioria.
“Se essas normais diferenças de posicionamento não forem transformadas em convergências, por recusa do Presidente da Câmara em liderar processos de diálogo, haverá naturalmente propostas reprovadas”.
Nuno Quiaios deixou o sinal de alerta e responsabilizou o autarca.
"O PS espera que João Campolargo abandone os expedientes de conflitualidade, contrários ao que propagandeou na campanha eleitoral sobre a necessidade de uma nova forma de fazer política que geraria mais respeito pela diversidade de posições. É essa postura de conflitualidade que o tem constituído como efetiva força de bloqueio à viabilização de propostas no Executivo Municipal".
O debate na edição deste fim de semana do programa “Discurso Direto”.