A organização do Carnaval de Estarreja, que envolve a Câmara Municipal de Estarreja, a Associação do Carnaval de Estarreja (ACE) e os 11 grupos desfilantes (7 grupos de folia e 4 escolas de samba), entende que não estão reunidas as condições para a realização dos desfiles carnavalescos de 2022.
Na última semana, realizaram-se reuniões de reavaliação de risco com as entidades de proteção civil – forças de segurança e de socorro - e autoridade local de saúde pública. Já na última sexta-feira, dia 14 de janeiro, foram auscultados os grupos desfilantes e, num momento difícil para os protagonistas deste evento, a maioria considerou que o contexto pandémico atual não se compatibiliza com a realização dos corsos.
Se num primeiro momento, em outubro, e tendo em conta os indicadores da pandemia na altura, foi decidido avançar com os trabalhos preparatórios para a organização dos festejos, com o crescimento do número de casos de infeção por COVID-19, as circunstâncias alteraram-se de forma significativa provocando dificuldades aos grupos e à autarquia, que desta forma assumem uma decisão que consideram ser a mais sensata e adequada ao momento que estamos a viver, protegendo em primeiro lugar a saúde pública.
Recorde-se que a realização dos desfiles implica a mobilização de cerca de mil figurantes dos 11 grupos para um espetáculo ao ar livre que conta com a presença de milhares de espectadores.
A Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, Isabel Simões Pinto, refere que “todos gostaríamos que o cenário fosse outro e tivéssemos as condições ideais para a realização do nosso Carnaval como o conhecemos, com desfiles de qualidade e com muito público. Conhecendo a realidade da organização deste grande evento, tudo o que implica, não só nos dias dos grandes corsos carnavalescos, mas também durante todo o processo de preparação dos mesmos, a proteção civil e a autoridade local de saúde pública desaconselharam a realização dos desfiles. E, por muito que nos custe a todos passar mais um ano sem o entusiasmo e dinâmica criada à volta dos desfiles, a nossa preocupação com a saúde pública e com o bem-estar da nossa população é, e sempre será, a nossa prioridade".
O Presidente da ACE, Pedro Silva, sublinha a “decisão conjunta de todas as partes envolvidas na organização” e espera que “em 2023 seja possível a realização de um Carnaval dito normal”.
Estarreja não passará a efeméride sem assinalar o Carnaval, estando a preparar uma programação alternativa para os dias habitualmente mais fortes dos festejos. Isabel Simões Pinto adianta que “não sendo possível realizar os desfiles nos moldes normais, a programação alternativa pretende, acima de tudo, dinamizar iniciativas que envolvam a comunidade, desde os mais novos aos mais velhos, mantendo viva a tradição carnavalesca e tudo o que ela representa para os estarrejenses”.