A Mútua dos Pescadores contesta a interdição da pesca de sardinha durante sete meses e apoia a contestação dos homens da pesca.
Posição assumida pelo principal segurador do setor das Pescas em Portugal, a Cooperativa de Utentes de Seguros, que não vê razões objetivas para que a interdição da pesca vigore desde o dia 29 de setembro de 2018.
“Cerca de 140 embarcações e 1500 pescadores (e suas famílias), ficarão diretamente afetados por esta opção de gestão que parece ignorar, por um lado, os dados mais recentes dos cruzeiros científicos, designadamente o PELAGO18, que indicam uma acentuada recuperação da biomassa, e, simultaneamente, parece não considerar o que os pescadores confirmam – há, de facto, abundância de sardinha na nossa costa”.
A Mútua assume como “perfeitamente compreensível” a indignação das organizações representativas do setor.
Segundo estas organizações o que se justificaria, tendo em conta o que a ciência afere e o que a empírica afirma, era um “alargamento das possibilidades de pesca ainda para este ano”.
O governo nacional aponta para maio de 2019 a reabertura da pesca à sardinha e os pescadores contestam essa posição “mesmo desconhecendo os níveis de biomassa nos primeiros quatro meses do ano”.
“Esta interdição durará sete longos meses, sendo que os apoios aos pescadores e empresas apenas contemplarão sessenta dias, o que é manifestamente insuficiente”.
A Mútua diz que o setor pode tornar-se inviável com perda de recursos humanos.
“A descontinuidade da atividade vai criando condições favoráveis para o abandono por parte de muitos dos seus profissionais e tornando as empresas tecnicamente inviáveis, alienando-se desta forma a produção nacional e acentuando cada vez mais o défice da balança comercial de produtos da pesca que, em 2017, superou a fasquia simbólica dos mil milhões de euros – o défice mais alto de sempre”.