DECO regista discrepâncias nos valores da água e resíduos no distrito de Aveiro.

A DECO analisou os custos da água e resíduos em municípios de todo o país e diz que é necessário acautelar as disparidades registadas sem que nada o justifique.

Oliveira de Azeméis, Ovar e Albergaria-a-Velha são os três concelhos do distrito de Aveiro com fatura mais elevada.

O intervalo de variação da fatura global da água (abastecimento, saneamento e resíduos sólidos urbanos) nos 19 municípios para consumos anuais de 120 m3 é de 237,18€ entre o município com preço mais elevado (Oliveira de Azeméis) e mais baixo (Vale de Cambra).

O top 3 dos concelhos com preços mais elevados é composto, assim, por Oliveira de Azeméis (491,94€ por 120m3), Ovar (477,81€) e Albergaria-a-Velha (477,15€), estes dois últimos pertencentes à região de Aveiro e servidos pela ADRA.

Os concelhos mais baratos são Vale de Cambra (254,76€), Castelo de Paiva (291,64€) e Anadia (297,87€), este último pertencente à região de Aveiro mas fora dos serviços da ADRA.

A DECO PROTeste analisou a dispersão tarifária a nível nacional, tendo concluído que os serviços de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos atingem uma diferença de 400€ na fatura global entre concelhos do continente para o mesmo consumo de 120 m3 anuais.

Neste estudo diz que não encontra justificações válidas para as disparidades, nem por diferenças nos investimentos em reabilitação de redes ou por ineficiências na gestão dos sistemas.

E avisa que nos locais com coberturas de gastos muitos baixos a sustentabilidade financeira de serviços pode estar em causa.

O estudo conclui que o reforço dos poderes da ERSAR na regulamentação tarifária, a partir de 2026, é importante destacando como rumo a futura harmonização e rejeitando aumentos de preços baseados em ineficiências, secas ou inundações, defendendo uma maior justiça no acesso a serviços essenciais.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses defende uma tarifa única na fatura da água.

Entrevistado pela Rádio Renascença, o vice-presidente da ANMP, José Ribau Esteves, autarca de Aveiro, defendeu atuação política para harmonizar valores numa tarifa única.

E apesar das notas sobre a intervenção da ERSAR em 2026, o autarca não acredita no cumprimento dessas medidas no curto prazo mesmo sendo "teoricamente possível".