Os Bombeiros de Ílhavo falam em “mão criminosa” nos dois focos de incêndio que deflagraram, este domingo, na zona de Vale de Ílhavo. Na distância de 400 metros foram combatidos dois focos. A corporação regista nesta altura o dobro dos incêndios do ano passado seguindo uma tendência nacional que tem obrigado a um estado de prontidão própria da época alta. Vale de Ílhavo e Ervosas estão entre os locais de maior preocupação. Carlos Alberto Mouro admite que a questão da limpeza florestal continua na ordem do dia pela facilidade com que se cria “combustível” para os incêndios (com áudio).
A limpeza da floresta continua como “calcanhar de Aquiles” do ordenamento do território e os bombeiros admitem que a questão continua na ordem do dia. “Antecipadamente os bombeiros fazem trabalho de casa. Prevenimos as pessoas e damos conhecimento às Juntas e à Proteção Civil Municipal. Sabemos que nem tudo pode ser feito ao mesmo tempo mas os nossos pinhais estão cada vez mais ao abandono. Ainda ontem em Vale de Ílhavo vimos isso. Há condições ideais para a propagação do fogo”.
Depois de um ano com menos ocorrências e menos área ardida – uma das mais baixas da década -, os Bombeiros admitiam que 2015 fosse um ano mais complexo e a realidade veio dar razão a essas expetativas. “Julgo que está em linha com o perspetivado. As condições climatéricas são diferentes. Há mais calor e mais vento leste. A seca faz-se sentir. Não há chuva e mesmo com o nosso nível freático há combustíveis finos que estão bastante secos mas estamos preparados para isto”.
A colaboração entre corporações da Região e a deslocação a outros pontos do país tem feito parte do dia a dia dos Bombeiros. “Temos triangulações com Aveiro e Vagos e saímos nas colunas de fogos para a Guarda, Sabugal, Tomar e Pedrogão Grande”.