BE e Verdes pedem novas políticas de ordenamento florestal.

BE, Verdes e Quercus pedem novas políticas no ordenamento florestal.

Dois partidos e uma associação ambientalista defendem mudanças na gestão do território.

O Bloco de Esquerda manifesta “total solidariedade” com as populações afetadas e com as centenas de homens e mulheres mobilizados para o combate às chamas e pede “apoios extraordinários e urgentes” destinados a quem, com estes incêndios, ficou sem casa, sem sustento económico ou sem outros bens.

A Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda lamenta ainda a existência de vítimas entre bombeiros e população civil e envia as suas condolências à família, amigos e corporação do bombeiro falecido durante o combate aos incêndios.

O Partido Ecologista Os Verdes fala em “impressionante número de ocorrências” e recorda 2017 como ano em que foi anunciado um “compromisso sério com os planos de prevenção de incêndios e com a promessa de florestas mais resistentes às condições atmosféricas”.

Entende que entre promessas e “falta de vontade política, por outro” o território "continua à mercê do fogo e da destruição".

“É preciso coragem política para enfrentar os grandes interesses económicos, aqueles que apenas têm o lucro como objetivo principal, pondo um travão definitivo às monoculturas, sobretudo do eucalipto”.

O Partido Ecologista lembra que desde 2017 não se alterou o panorama na cobertura da mancha florestal.

“Os Verdes, reclamam apoios imediatos para quem perdeu bens e para todos os bombeiros que combatem o fogo e defendem os bens das pessoas e lamentam as vidas que se perderam, reclama uma outra política florestal que aposte na prevenção, no ordenamentos do território, nas espécies autóctone e na reposição da floresta agora perdida”.

Quanto às associações ambientalistas também manifestam público pesar pelas consequências dos incêndios na região de Aveiro e no país.

O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus diz que os efeitos dos incêndios se fazem amplificar devido à falta de ordenamento do território e monoculturas florestais.

Vozes contra a monocultura de eucalipto junto de aglomerados populacionais que pedem alteração nas políticas com diversificação de culturas.

“Basta ver no concelho de Albergaria-a-Velha, junto da A1, A29 e A5 os eucaliptais sem descontinuidades, ardidos em regeneração e rearborizações novamente até junto das autoestradas e outras estradas”.

A Quercus deixa, ainda, referência à propagação de incêndios pela predominância dos eucaliptos.

“Nestes grandes incêndios o comportamento do fogo tem uma propagação também por projeções de materiais incandescentes, nomeadamente no eucalipto que provoca novos focos secundários a distâncias consideráveis, dispersando os meios de combate que não podem acorrer a todos os focos”.

Pede, ainda, mais rigor na obrigação legal de elaborar e cumprir os planos municipais de defesa de florestas contra incêndios e os planos operacionais municipais.