A Câmara de Ílhavo associa-se à EAPN (Rede Europeia Anti-Pobreza) Portugal na promoção da campanha “A Pobreza Não”. É a forma de assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que se assinala esta segunda.
A campanha contou com a colaboração pro bono de reconhecidos fotógrafos nacionais (Paulo Pimenta, Adriano Miranda, Rui Farinha, Lara Jacinto e Sérgio Aires) e do designer gráfico Miguel Januário que, em conjunto, criaram diversos suportes de comunicação e sensibilização nacional sobre as questões da pobreza.
A data foi assinalada oficialmente pela primeira vez em 1992, com o objetivo de alertar a população para a necessidade de defender um direito básico do ser humano. O tráfico de seres humanos é uma realidade com um impacto económico comparável ao do tráfico de armas e de droga.
Segundo os últimos dados do Eurostat em 2015, estima-se que existiam na UE28 cerca de 118.759 milhões de pessoas em situação de pobreza e de exclusão social (23.7% do total da população). Em Portugal essa percentagem foi de 26.6%.
Esta terça a Assembleia da República acolhe debate sobre o tema e o Movimento Democrático de Mulheres quer chamar a atenção para as mulheres vítimas de tráfico. Segundo dados avançados pelo MDM, na Europa mais de 76% das vítimas de tráfico são mulheres e pelo menos 15% são crianças; As mulheres e crianças são 95% do total de pessoas traficadas para fins de prostituição; A forma mais comum de tráfico de seres humanos é a exploração sexual (67%), seguida da exploração laboral (21%).
Para o MDM, assinalar este dia, “é também chamar a atenção para o combate às políticas geradoras da exploração das mulheres e das meninas, vítimas de gente sem escrúpulos, que aproveita as condições de pobreza e de guerras em que vivem, sedentas de buscar a sua libertação e a melhoria das suas condições de vida”.
O MDM defende o cumprimento do Plano Nacional de combate ao TSH e a criação de um Plano de Combate à Exploração na Prostituição, que a assuma como uma forma de violência contra as mulheres, garantindo, nomeadamente, o acesso imediato das pessoas prostituídas a apoios que lhes permitam a reinserção social, profissional e o acolhimento dos filhos, a par da criação de uma rede pública de centros de apoio e abrigo que prestem assistência psicológica, médica, social e jurídica às vítimas de tráfico e prostituição.
“É indispensável que este plano assuma corajosamente que a prostituição é a principal razão do Tráfico de mulheres”.