Associação Cabeço Santo ajudou a reabilitar floresta atingida por incêndio em Mamodeiro.

A Associação Cabeço Santo e voluntários unem esforços para restaurar terrenos afetados pelos incêndios em Mamodeiro e querem mostrar esses exemplos do que devem ser intervenções futuras.

Inspirado pelo exemplo da regeneração ecológica e paisagística do Cabeço Santo, em Belazaima do Chão, na Serra do Caramulo, a associação seguiu para o terreno em Mamodeiro.

Resposta a um apelo lançado no início de março pelo projeto “Plantar a Alma” para colaborar com a Belinda, uma proprietária florestal em Mamodeiro, Aveiro, cujo terreno foi afetado pelos incêndios de 2017 e 2022.

Belinda procurou o apoio do projeto Think Green – Live Better, que conseguiu a doação de várias árvores.

Estas foram plantadas em vasos na escola pelos alunos da Escola Básica e Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima, em Esgueira, Aveiro.

“A ação que nós participamos consistiu em observar e dar a conhecer algumas das espécies presentes, bem como as dinâmicas naturais que podemos ajudar a melhorar”, revela a associação de Águeda.

Um dos exemplos foi a seleção de rebentos de regeneração natural de sobreiros e carvalhos, espécies com maior potencial de crescimento e adaptação.

Em seguida, realizou-se a plantação de várias árvores e arbustos, aproveitando o ensombramento temporário de outras espécies para facilitar o seu desenvolvimento e aumentar a produção de biomassa.

“Estas são algumas das técnicas de sintropia que aplicamos”, explica o Cabeço do Santo habituado a restaurar áreas afetadas.

No caso de Mamodeiro diz que se trata de uma prática que deve fazer escola noutros casos.

“O grande desafio desta proprietária, assim como de muitos outros, é reconhecer a necessidade de uma transição no uso do solo em áreas florestais por toda a região de Aveiro. Sem essa mudança, continuaremos a perder recursos naturais e a colocar em risco bens e vidas humanas”.

A associação diz notar o uso de herbicidas, como o glifosato, sobre a vegetação espontânea em plantações de eucalipto, deixando claro que se trata de uma prática “prejudicial ao ambiente”.

A próxima oficina de “Sintropia na Floresta” está marcada para o fim de semana 22 e 23 de março.