Na véspera do Dia Mundial do Albatroz, que se celebra a 19 de junho, é apresentado o projeto LIFE PanPuffinus!, um esforço internacional para proteger os parentes dos albatrozes em Portugal e no Mediterrâneo: a pardela-balear e a pardela-do-mediterrâneo.
No nosso país o projeto está a cargo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que irá trabalhar com pescadores entre Aveiro e a Nazaré, para evitar que a pardela-balear seja capturada acidentalmente nas pescas.
“Vamos trabalhar de perto com os pescadores na Zona de Proteção Especial Aveiro-Nazaré, que é a área mais importante para a pardela-balear no nosso país”, diz Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA.
“Queremos perceber a dimensão do problema da captura acidental para esta espécie, e desenvolver e testar soluções.”
Entre as soluções a testar estará o “papagaio afugentador”, uma espécie de papagaio de papel em forma de ave de rapina, que na zona das Berlengas se tem mostrado eficaz e popular entre os pescadores, para quem a captura acidental de aves causa prejuízos em termos de equipamentos danificados, iscos ou peixe perdido, e tempo passado a retirar aves das redes, linhas e anzóis.
A pardela-balear é considerada a ave marinha mais ameaçada da Europa, e a costa portuguesa é a zona de invernada mais importante para esta espécie.
Praticamente toda a população mundial de pardela-balear utiliza as águas nacionais nalgum momento do seu ciclo de vida.
Aqui encontram o local ideal para recuperar energia antes iniciarem uma nova e exigente época de reprodução nas Ilhas Baleares.
Coordenado pela BirdLife Malta e cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia, o projeto LIFE PanPuffinus! junta organizações de conservação da natureza e entidades governamentais de Malta, Grécia, França, Espanha e Portugal, para proteger ambas as espécies de pardelas ameaçadas tanto nas zonas em que nidificam como naquelas para onde migram fora da época de reprodução, como é o caso das águas portuguesas.
Para isso, o projeto pretende mitigar o impacto das duas mais importantes ameaças a estas espécies: as capturas acidentais na pesca e a predação dos ovos e crias por espécies não-nativas.
“Na SPEA, temos já bastante experiência em desenvolver e testar medidas em conjunto com os pescadores. No projeto LIFE PanPuffinus! vamos também partilhar esse conhecimento com os outros parceiros e ajudá-los a implementar abordagens semelhantes”, refere Joana Andrade.