A reclassificação de B para C da zona RIAV1 de apanha de bivalves, na Ria de Aveiro, agita de novo a comunidade piscatória.
Trata-se da área de maior dimensão na ria, localizada entre a Torreira e São Jacinto.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) deu conhecimento dessa informação e a APARA, que colabora com a recolha de amostras, reagiu no próprio dia com um ofício em que pede investigação às causas da degradação das águas.
Nesse documento diz que pode haver precipitação do IPMA a decidir a reclassificação, baixando a categoria da qualidade das águas, com agitação da comunidade piscatória dependente dessa área de apanha.
Esta instabilidade foi sentida há bem pouco tempo com protestos na Gafanha da Nazaré (na foto) e na Torreira.
Na carta enviada ao IPMA, a APARA pede a fiscalização de eventuais focos poluidores.
Diz que é necessário ir verificar potenciais fontes poluidoras e aponta a possibilidade de algumas explorações agrícolas lançarem escorrências na ria.
Aponta ainda o dedo às dragagens.
Considera que transportar sedimentos de um lado para o outro não é limpar a ria e diz que é gastar dinheiro mal gasto com assoreamento garantido a breve prazo.
Manuel Tavares, mariscador, diz-se atento a toda a situação e ameaça com "manifestações de revolta" se as pretensões dos 'homens da Ria' não forem satisfeitas. (com áudio)