Uma nova cabeça de extrusão que permite a aplicação de qualquer cor, em tempo real, na impressão 3D de um objeto, foi desenvolvida por um aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro (UA).
A maior parte das impressoras 3D que existem no mercado fazem a aplicação faseada de cada cor no objeto que estão a imprimir. Como tal, um novo dispositivo capaz de imprimir qualquer cor em tempo real representa poupança de tempo e custo.
A tecnologia desenvolvida no âmbito da dissertação de mestrado "Desenvolvimento e projeto de impressora DMF para impressão multicolor", sendo que DMF significa Deposição de Material Fundido, permite a impressão 3D multicor em tempo real, não sendo necessário interromper a impressão para a alteração de cor. João Reis, sob orientação de António Completo, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UA, concebeu um sistema de seleção e controlo da cor que mistura as três cores primárias mais branco e preto, consoante as necessidades, não existindo, portanto, limitação da gama de cores a imprimir.
Uma particularidade inovadora desta dissertação foi a impressão multicor por DMF com uma máquina convencional de Comando Numérico Computadorizado ou Computer Numerical Control (CNC), permitindo assim ultrapassar a limitação das dimensões das peças normalmente realizadas com esta tecnologia. A cabeça de impressão (ou de extrusão) multicor desenvolvida permite esta flexibilidade, o que pode ser interessante para a realização de peças de maiores dimensões, por exemplo, com aplicação industrial.
Contudo, até chegar a um dispositivo apto a entrar no mercado há ainda muito trabalho a fazer, salienta João Reis: “Falta melhorar a qualidade da mistura, melhorar o tempo de mudança de cor e adaptar o software e firmware existente para este tipo de cabeça de extrusão.”
“Já existe uma impressora DMF capaz de realizar impressão multicolor que usa o sistema CMYK, do inglês Cyan, Magenta, Yellow e Black – permitindo a impressão de todas as cores -, mas ainda assim seria vantajoso levar esta solução ao mercado, porque esta cabeça de extrusão pode ser acoplada a um centro de maquinagem (CNC) disponível na empresa, permitindo ganhos económicos”, acrescenta.
Texto e foto: UA