A polémica em torno da inscrição de militantes no PSD de Ovar continua a dar que falar e, agora, é um ex-vice presidente da estrutura local a falar sobre a situação. Djalma Marques, Vice-Presidente da Comissão Política do PSD de Ovar, demitiu-se para poder apoiar a candidatura de Ulisses Pereira e em carta enviada à Comissão Política de Secção do PSD de Ovar mostrou-se “perplexo” e questionou a movimentação pouco usual de novos militantes.
Diz que enquanto esteve em funções “nunca teve conhecimento” que a admissão desses militantes tenha sido analisada e decidida em reunião da Comissão Política Concelhia. Na missiva mostrou “total desconforto” perante o que é conhecido, “sobretudo quando é do conhecimento público de que a responsabilidade de admissões de novos militantes é ou foi do conhecimento ou da competência da Comissão Política Concelhia”. Segundo o demissionário Vice-Presidente da secção de Ovar, “se tal procedimento é o correto, no caso em apreço não foi o que sucedeu, pelo menos no que a mim diz respeito”, garante.
A candidatura de Ulisses Pereira aproveita o caso para realçar que perante este cenário fica a “clara sensação de que as alegadas irregularidades de que se falam, começam a ter algum fundamento, com base nesta falta de transparência e dificuldade em justificar, por parte dos responsáveis da secção de Ovar, os dados agora tornados públicos”. Na mesma nota é pedida a clarificação destas questões “a bem do PSD”.
Da concelhia socialista do PS surge também uma reação com toque irónico. Ricardo Alexandre ouviu as justificações do líder da concelhia do PSD sobre as bolsas de pobreza em Esmoriz, onde muitos novos militantes estariam instalados na mesma habitação, para sugerir ao executivo vareiro que é necessário políticas que coloquem as pessoas “em primeiro lugar”. “É necessário colocar esta frase publicitária em prática”.
O PS Ovar afirma-se “surpreendido e preocupado “com as declarações de Pedro Coelho (PSD) sobre a existência de "ilhas" e bolsas de pobreza solicitando que seja feito “com urgência” um diagnóstico na zona indicada de forma a ser possível através dos vários programas sociais da Câmara Municipal ajudar as populações que se encontram em tais condições de vida.
“De realçar que não é suficiente a transferência das populações para o novo Conjunto Habitacional mas deve a Câmara continuar a monitorizar a necessidades destas populações muito carenciadas”.