O Navio Museu Santo André inicia, hoje, o novo ciclo de visitas depois das obras de reabilitação e adaptação do discurso expositivo apostado em captar a atenção do turismo.
Apontado como património símbolo cultural e industrial da vida no município de Ílhavo, o Santo André esteve dedicado à pesca do arrasto.
Na obra de reabilitação foram investidos valores a rondar 1 milhão de euros, cofinanciado em cerca de 700 mil pelo mar2020.
Foram investidos mais 275 mil na criação de condições no acesso ao navio museu com a criação de um pórtico de entrada.
O presidente da Câmara de Ílhavo afirma tratar-se de investimento num símbolo da vida dos homens do mar e da economia local (com áudio)
O navio conta, agora, com novos espaços e recursos expositivos.
A "casa das máquinas" poderá ser visitada pela primeira vez.
Esta foi a primeira grande intervenção desde que o Santo André passou a navio-museu, em 2001.
A obra envolveu um investimento de 1,2 milhões, tendo a União Europeia financiado em mais 700 mil euros.
Para o presidente da Câmara de Ílhavo, o Navio-Museu Santo André desempenhará um papel “importante na promoção turística do território”.
Avançou que para atingir o objetivo de aumentar a visitação e a duração da estadia turística no território, está a ser desenvolvida uma “estratégia que alia a boa oferta cultural, destinada a vários públicos, garantido a diversidade e a qualidade dos programas, ao destino turístico e gastronómico de excelência”.
“Esta embarcação singular, para além de servir como um polo agregador de memórias de antigos tripulantes e de interação entre as comunidades piscatórias e de vários públicos, tem ainda o potencial de promover o estudo e a contemplação de património industrial. Temos aqui quase cinco décadas que contam não só a evolução produtiva da indústria das pescas do Atlântico Norte, como a história dos portugueses, de norte a sul do país, e das nossas pessoas e da nossa terra, que fizeram do mar a sua vida”.
O Secretário de Estado do Mar marcou presença na 'reabertura' do Navio-Museu Santo André, na Gafanha da Nazaré.
José Maria Costa afirma a importância deste tipo de investimento.
No Dia do Mar este foi momento simbólico que mostrou a relevância da indústria mas também dos valores culturais (com áudio)
O Secretário de Estado do Mar alertou para a necessidade do país “olhar para os desafios que estão à nossa frente nos mares e oceanos”, advertindo se “passar dos discursos proclamatórios às ações concretas”.
Construído em 1948, na Holanda, o Navio Santo André fez parte da frota portuguesa do bacalhau. Com 71,40 metros de comprimento e um porão com capacidade para 1200 toneladas de peixe, era considerado um dos melhores bacalhoeiros do seu tempo.
A primeira viagem aconteceu a 27 de fevereiro de 1949 e levou a tripulação até à Terra Nova e Gronelândia. Navegou durante 48 anos.
Nos anos 80 do século passado, com as restrições à pesca que resultaram na redução da frota, o Santo André foi desmantelado em 1997.
Em agosto de 2001, o Santo André iniciou um novo ciclo da sua vida, transformando-se num navio-museu com o objetivo de preservar a memória da pesca do bacalhau de arrasto.
No local contam-se histórias e mostram-se imagens da faina num espaço que espera receber turistas ávidos de informação sobre a pesca longínqua do arrasto (com áudio)