Rotunda da Barra passa teste de stress mas ouvem-se apelos à criação de corredor para veículos de emergência.

A rotunda da Barra respondeu este fim de semana ao primeiro teste de stress desde a construção. Com as temperaturas acima do normal para a época na região, a lotação nas praias esteve praticamente esgotada.

A capacidade de escoamento de tráfego com a obra da rotunda desnivelada na praia da Barra alimentou os debates do fim de semana.

Em dias de forte procura, com milhares de pessoas nas praias do concelho de Ílhavo, ouviram-se elogios e críticas à obra de 1,7 milhões de euros.

Se o escoamento esteve mais fluído, com um tempo de saída que variava entre os 7 e os 10 minutos, o debate centrou-se na possível criação de um corredor para transporte público e viaturas de emergência.

Politicamente, PS e PSD envolveram-se numa troca de palavras. Os principais dirigentes dos partidos com o suporte de apoiantes manifestaram visões diferentes sobre a mesma realidade.

Sérgio Lopes (PS) vê um quadro repetido mesmo depois do investimento feito no acesso às praias. Com uma foto que documenta as dificuldades de circulação de uma ambulância este domingo ao final do dia, afirma que nem tudo está resolvido.

“Entretanto, na Praia da Barra, há duas horas, dois milhões de euros depois”.

Rui Dias, vice presidente da distrital do PSD, defende que as limitações ficaram a dever-se a uma viatura parada na faixa de rodagem.

“Apesar de alguma lentidão, a circulação nunca esteve interrompida, o transito nunca esteve parado. Demorei 7 minutos a chegar do Largo de S. João ao tabuleiro superior da ponte da Barra. Repito: sem nunca ter estado parado no transito. Nem eu, nem a ambulância, nem ninguém. A causa da lentidão, não foram os 2M€ da obra mas a necessidade de remover, com um reboque uma viatura”.

A criação de uma faixa para transporte público e veículos de emergência surge como foco de debate a pensar nos dias do ano de maior procura confirmando-se também que a lotação está mesmo a ficar esgotada. O parqueamento de viaturas preencheu a frente de ria e ocupou parques públicos e vias cicláveis.

Este cenário motivou também reparos e críticas pela falta de civismo dos condutores que assumem a ocupação de áreas não dedicadas a viaturas.

“Falta de Civismo e Respeito!!! O Parque Urbano “Paulinho”, Praia da Barra, é para as pessoas, não é parque de estacionamento”, referiu a social democrata Margarida Ferraz Alves.

Fernando Nogueira, docente universitário, especialista nas áreas do planeamento e contestatário da intervenção com estacionamento no Rossio, em Aveiro, não tem dúvida que o futuro da mobilidade será jogado na retirada de carros das praias e dos centros urbanos. O socialista afirma que o transporte público é a grande alternativa.

“Dêem espaço e obra de arte ao carro e mais carros virão. Dois milhões num parque, antes da ponte, e um serviço público decente para travessias...ninguém quer? Lá chegaremos”.

 

foto: Virginia Veiga