A deputada do PSD Carla Madureira denunciou esta quinta-feira, no Parlamento, o estado “preocupante” dos cuidados de saúde primários, destacando o caso do concelho de Ovar. Numa audição à ministra da Saúde, a parlamentar aveirense exigiu garantias de que as extensões encerradas provisoriamente verão as portas abertas.
“Os portugueses sentem há muito que o seu centro de saúde está cada vez mais longe” – vincou Carla Madureira na sua intervenção, dando o exemplo do Município de Ovar, onde três das oito unidades de cuidados de saúde primários foram encerradas nestes meses, sendo que “as que ainda funcionam têm a porta entreaberta desde a primeira vaga pandémica e os utentes, até pelo telefone, não conseguem aceder”.
Carla Madureira fez notar que para reabrir as três unidades de saúde fechadas – Arada, Furadouro e S. Vicente de Pereira –, o Ministério da Saúde exige que seja a Câmara Municipal a promover obras de adaptação às normas da DGS, pelo que questionou a ministra sobre se está em condições de garantir que, “uma vez concluídas as obras, as unidades de saúde reabrirão de imediato”.
A parlamentar aveirense quis ver garantido que não sucederia o mesmo que aconteceu em Maceda, também no concelho de Ovar, onde “o mesmo Ministério fechou a unidade de saúde depois de o Município ter investido mais de 400 mil euros nas suas instalações”. O edifício deveria receber a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, em dezembro de 2019, mas “continua no plano das intenções”.
Recordando que o Ministério mantém encerrada a urgência do Hospital de Ovar e reabriu a urgência básica no concelho de São João da Madeira, com menos de metade da população de Ovar, Carla Madureira reiterou uma das questões colocadas à governante em 2019, relativa à requalificação do bloco operatório do Hospital de Ovar, “que é sucessivamente adiada há cinco anos, e que deveria estar em execução nesta altura”, nomeadamente para saber-se se vai avançar em 2021.
O tema da saúde passou tamnbém pela intervenção de Helga Correia que reclama olhar atento aos problemas dos centros de saúde de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha.
A deputada do PSD Helga Correia reiterou esta quinta-feira a defesa de uma discriminação positiva para alguns centros de saúde do distrito de Aveiro, como fizera na discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2020.
Numa interpelação à ministra da tutela, a parlamentar aveirense pediu um olhar atento para as unidades de Sever do Vouga e de Albergaria-a-Velha.
Já este ano Helga Correia levara o Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha à discussão do OE para 2020. “Na altura, a senhora ministra disse que estavam identificadas algumas ações a operar naquela unidade, faltando identificar a fonte de financiamento. Volvidos vários meses, os problemas pioraram drasticamente” – alertou a deputada social democrata.
Helga Correia questionou a ministra da tutela sobre se o OE para 2021 contempla alguma verba para responder a estas necessidades desta USF de Albergaria-a-Velha, onde “faltam recursos humanos, médicos e administrativos, e agravam-se as condições das infraestruturas”.