A Direção da Organização Regional de Aveiro do Partido Comunista Português manifesta “sentido pesar” pelo falecimento de António Gaio. Trata-se da reação ao falecimento de um homem ligado aos meios culturais de Espinho. “O falecimento de António Gaio empobrece grandemente o panorama cultural e democrático não apenas de Espinho – cidade que o viu nascer, crescer e tornar-se um Homem activo e destacado no campo associativo, desportivo e cultural – mas de todo o País”.
Nascido em Julho de 1925, António Gaio foi reconhecido como um homem “exemplar” deixando “contributo” para a construção de um Portugal democrático.
O PCP lembra que António Gaio foi atleta e dirigente do Sporting Clube de Espinho e da Associação Académica de Espinho (sócio fundador) e ativista do movimento associativo e do jornalismo local: fundador e impulsionador do Jornal RUMOS, da Secção Cultural da Associação Académica de Espinho e do Cineclube de Espinho, atividades perseguidas pela PIDE que encerrou mesmo o Cineclube e o impediu de constar nos órgãos sociais das coletividades e nas direções de jornais.
Após o 25 de Abril pertenceu à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Espinho e foi candidato pela FEPU, APU e CDU, tendo exercido o cargo de vereador e de membro da Assembleia Municipal. Foi fundador e dirigente da Nascente - Cooperativa de Acção Cultural, assim como do seu jornal “Maré Viva”. Dirigiu ainda o semanário “Defesa de Espinho”.
Juntando as suas grandes paixões pelo cinema e pela banda desenhada, criou no seio da Nascente, o Cineclube e, dentro deste, o Cinanima, Festival de Cinema de Animação, a quem se entregou até aos seus últimos dias.
Publicou a “História do Cinema Português de Animação – Contributos”, obra de referência na matéria. Reconhecendo o seu o papel indelével na promoção da cultura, viu a sala de cinema do Centro Multimeios de Espinho receber o seu nome.
Foi agraciado com a Comenda de Mérito, pela Presidência da República, e com a Medalha de Honra da Cidade de Espinho.