A Comissão Concelhia de Aveiro do Partido Comunista Português relembra Mário Sacramento, na passagem do 50º aniversário da sua morte, e anuncia um programa para assinalar o centenário do nascimento.
Mário Sacramento, natural de Ílhavo, estudou em Aveiro e posteriormente cursou medicina em Coimbra, Porto e Lisboa, tendo tirado uma especialidade em gastrenterologia em Paris.
“Foi um médico reconhecido em Aveiro sendo muito querido pelo seu saber e pela sua permanente disponibilidade, sobretudo para com os mais desfavorecidos”, refere o PCP.
No plano intelectual destacou-se na escrita em jornais da época e na publicação de diversos ensaios sobre obras de diversos escritores, como Eça de Queirós, Fernando Namora, Fernando Pessoa entre outros.
Uma das suas obras, “Frátria, Diálogo com os Católicos” é a colectânea dos textos do debate que teve no extinto jornal “O Litoral” de 1967 a 1969, com Mário da Rocha.
A intervenção cívica de Mário Sacramento ficou marcada pela oposição à ditadura e enquanto membro da Associação de Estudantes acabou mesmo preso. Ao longo do resto da sua vida foi novamente preso pela PIDE por mais quatro vezes.
Foi secretário geral do Secretariado que realizou o 1º Congresso Republicano que se realizou em Aveiro a 5 e 6 de Outubro de 1957 e liderou igualmente, até ao seu falecimento, em 27 de Março de 1969, o Secretariado do 2º Congresso Republicano que se realizou igualmente em Aveiro a 15, 16 e 17 de Maio de 1969.
Mário Sacramento era militante do PCP e deixou célebre uma frase que marcaria gerações. “Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá”.
O Partido Comunista anuncia que iniciará, ainda este ano, e a terminar em 2020, um programa de Comemorações do Centenário do Nascimento de Mário Sacramento, que irá incluir debates, sessões públicas e uma exposição sobre a vida de Mário Sacramento.