A concelhia socialista de Ovar continua a encontrar dúvidas no processo de criação das Unidades Locais de Saúde e pede a demissão do ministro da Saúde e de autarcas de Ovar e não se coíbe de criticar o Governo pela forma como o processo tem vindo a ser gerido.
Desta vez são as notícias sobre a referenciação de Ovar à ULS de Aveiro, em detrimento da ULS Entre Douro e Vouga (Feira), a motivar a reação.
O anúncio da criação de 31 Unidades Locais de Saúde, em 2024, que se juntam às oito já existentes, veio agitar de novo as águas da política e da saúde.
Fernando Araújo, diretor-executivo do SNS, fez o anúncio sobre a reforma na gestão e os socialistas de Ovar não gostaram das notícias.
A Concelhia diz que as posições assumidas contra a tese da ligação a Aveiro foram sistematicamente destruídas por uma “conjugal afinidade” entre a Câmara Municipal de Ovar, a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e o Ministério da Saúde, liderado pelo Ministro, Manuel Pizarro e Fernando Araújo.
“É com profunda tristeza e preocupação que, em face de tão desastrosa decisão, vemos o futuro dos Cidadãos do Concelho de Ovar, em matéria de assistência e cuidados de Saúde, negro e sem a qualidade e dignidade que merecem”.
A estrutura liderada por Emanuel Oliveira critica o Governo PS pela forma como tem tratado o processo e demarca-se das opções tomadas.
“O PS/Ovar exige ao Governo e ao PS nacional, tendo em conta o modo como todo este processo foi conduzido, a demissão do Ministro da Saúde, bem como a demissão de Salvador Malheiro e Domingos Silva pela inércia na defesa do Povo Vareiro no acesso ao seu maior bem, a Saúde. Não se pode tomar decisões deste âmbito sem uma discussão pública clara e aberta, nem com posições ambíguas e distintas para a praça pública e outras para as discussões em Gabinete. Não aceitamos a decisão do Ministério da Saúde, mas muito menos aceitamos a incapacidade e ambivalência do executivo da CMO, aceitando o inaceitável e anuindo a posições que em nada servem os interesses de Ovar”.
Os dirigentes do PS dizem que os autarcas foram eleitos para defenderem o Povo e não para “assegurarem o seu brilho e o seu futuro”.
Os responsáveis políticos têm garantido que os utentes podem escolher os locais de referenciação mas o argumento não convence.