A Câmara de Ílhavo não subscreve a forma como um movimento de cidadãos está a questionar o estudo sobre a qualidade do ar na Gafanha da Nazaré e o presidente da edilidade lembra que tem obrigação de depositar toda a confiança numa instituição como o Instituto de Ambiente da Universidade de Aveiro cujo trabalho só deverá terminar em Março ou Abril. Com a apresentação de dados parciais que apontam para boa qualidade do ar, os cidadãos que protestam contra a forma como são manuseadas as cargas de petcoke e revelam desconfiança quanto aos locais e aos momentos de recolha das amostras. Fernando Caçoilo sugere prudência nas avaliações feitas.
“As pessoas devem perceber que está a ser feito um trabalho por uma entidade credível. Já tomámos posição sobre o licenciamento. Aguardamos que a Direcção Geral de Energia diga alguma coisa. Têm que responder. Quanto ao estudo, temos que acreditar no profissionalismo da UA, de gente credível que está a fazer um trabalho profissional. Não estão a fazer trabalho para aldrabar seja o que for. Muitas vezes não entendo que os cidadãos ponham em causa a seriedade do estudo. Por aí não vou”.
O autarca demarca-se da ação encetada por populares, cujo rosto mais visível tem tem sido o antigo presidente de Câmara, Humberto Rocha, que levantam dúvidas sobre a qualidade do estudo por não detetar problemas até ao momento quando os residentes na frente portuária se queixam de poeiras alegadamente oriundas do Porto de Aveiro. Fernando Caçoilo lembra que gere o dossiê com tranquilidade ainda à espera da contestação à consulta pública do processo de licenciamento do armazenamento de petcoke junto da Direção Geral de Energia.
“Tomámos uma posição dura e não temos complexos nesta matéria mas temos que respeitar as outras instituições e deixar finalizar este percurso. No final vamos perceber quais os resultados. Não podemos a meio do jogo andar com jogadas que não fazem sentido. Todos queremos o melhor ar do mundo”.
A questão foi analisada na reunião da Câmara de Ílhavo com os vereadores do PS a realçarem a importância de reforçar os mecanismos de estudo. José Vaz, do PS, admite mesmo que seria prudente solicitar à Agência Portuguesa do Ambiente mais avaliações. “Temos reconhecimento pelo estudo do Instituto do Ambiente mas é legítimo que a Câmara possa querer um pouco mais. A APA deve também responder à Câmara no sentido de procurar mais respostas e mais esclarecimentos para a população. A APA pode ter recursos para dados complementares a este estudo da UA”.