O aniversário da criação do concelho da Murtosa é momento para a apresentação do 4.º volume da "Monografia da Murtosa".
A obra da autoria de Marco Pereira é apresentada, esta sexta, às 10h, no Centro Recreativo da Murtosa.
Ao ritmo de um volume por ano, sempre apresentado no dia 29 de Outubro, a "Monografia da Murtosa" pretende estudar o concelho nas suas variadas vertentes, sempre na perspectiva histórica.
Este ano o tema abordado é o da Idade Média, mas referem-se também alguns aspectos sobre a Idade Moderna, fazendo a ligação com a actualidade.
Os primeiros testemunhos da presença humana, na área do atual concelho da Murtosa, encontram-se apenas gravados na toponímia: duas mamôas (Mama Parda e Mamoa da Garça), dois nomes de possível origem árabe (Gelfa e Muranzel) e dois nomes de lugar de origem germânica, da época das invasões bárbaras (Romariz e Arrufo).Encontram-se documentados os nomes dos principais núcleos desde o século XIII: Gelfa (1283), Murtosa (1286), Pardelhas (1287) e Bunheiro (1372).
Diferencia-se em vários aspetos a Idade Média da Idade Moderna, já se distinguindo naquela a Terra Marinhoa.
Naquele período destacam-se temas como a Peste Negra (1348), uma demografia escassa e com razoável mobilidade demográfica, a exploração dos populares e um caso de participação no desastre de Tânger (1437).Eram as instituições monásticas que dominavam o território, sendo as principais o Mosteiro de Arouca e o Mosteiro de Vila Cova de Sandim (Gaia), este mais tarde agregado ao Mosteiro de São Bento de Ave-Maria, no Porto.A economia local baseava-se na agricultura, pecuária, salicultura e pesca.
A cultura dominante do trigo na Idade Média deu lugar à do milho na Idade Moderna.
A criação de gado na Gelfa nos dois períodos, que também se fez nas ilhas, incluiu desde cedo cavalos, vacas e porcos.
As salinas constituíam uma importante atividade económica.
A pesca, que se fazia na Ria na Idade Média, virou-se igualmente para o mar na Idade Moderna, quando as condições naturais a isso obrigaram.O cruzamento de fontes genealógicas com outras pouco conhecidas pode fornecer abundante informação sobre quem eram e que terras possuíam antepassados que, no limite, viveram há 500 anos atrás.